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sexta-feira, 14 de abril de 2017
isto é muito bom.
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Como este é um blogue de desenhos, achei que ficava bem aqui.
Descobri-o há pouco. Morte e Vida Severina, do grande João Cabral de Melo Neto, que já retratei aqui. É muito bom. Texto integral. Fiel à aspereza do texto, o desenho do cartunista, também pernambucano, Miguel Falcão. Ora vejam.
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sábado, 28 de fevereiro de 2015
Pedro cruz e a paisagem sem figuras
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A estória é curta e resume-se assim: o jovem Pedro Cruz (que já retratei aqui e sobre quem já me debrucei aqui), foi convidado pelo presidente da Junta de freguesia De S. Pedro para fazer uma exposição de fotografia.
A estória é curta e resume-se assim: o jovem Pedro Cruz (que já retratei aqui e sobre quem já me debrucei aqui), foi convidado pelo presidente da Junta de freguesia De S. Pedro para fazer uma exposição de fotografia.
O jovem foto-jornalista, certamente desvanecido, aceitou o
convite que encarou como um repto. Em lugar de postais bucólicos e turísticos o
jovem Pedro, cidadão atento e interventivo, decidiu partilhar com os seus
conterrâneos o que o preocupa, mostrando algumas das suas imagens que
documentam a erosão do litoral costeiro, e da sua praia, e dando à mostra o nome de
ALERTA COSTEIRO 14/15.
Leal, como só os grandes o sabem ser, o jovem fotógrafo
deu uns dias antes uma entrevista a um jornal regional na qual anunciava que
para além da paisagem devastada iria também expôr figuras, de responsáveis.
Em vésperas de dia de inauguração, Pedro dirigiu-se ao
local marcado e começou a montar a selecção de imagens que, segundo o seu
critério, melhor davam a ver a devastação da sua praia: paisagens, mas também figuras.
Foi uma das fotos que mostrava figuras que o presidente da junta exigiu que fosse
retirada. O jovem Pedro recusou fazê-lo e a exposição foi cancelada. Segundo o
artista, no seu Face-Book, “O Alerta está dado”.
(podeis acompanhar mais prolongamentos desta notícia no blogue "outra margem").
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Esta estória exemplar demonstra, quarenta anos depois do
vintecincodAbril, como este país continua afinal igual a si próprio e ao que
sempre foi: um pobre e bisonho paraíso paroquial para pequenos chefes labregos que
- no seu boçal entendimento, certamente inebriado plo esplendor do mando -
pensam que podem apagar figuras de uma paisagem.
Mas também demonstra que há algo - para além do talento,
claro - que um artista consciente, ainda que pobre, nunca admite que lhe seja
escamoteado: o orgulho (o amor-próprio, meus lindos).
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Por isso, caro Pedro,
nunca agradeças a quem te enaltece o talento e a independência (ninguém deve o
que já é seu por mérito). Seria falsa modéstia.
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sábado, 11 de outubro de 2014
Gilles Deleuze
Être de gauche c’est un affaire de perception: d’abord
penser le monde,
puis son pays, puis ses proches,
puis soi;
être de droite c’est
l’inverse
Gilles Deleuze
domingo, 20 de abril de 2014
os meios reduzidos
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Então é assim:
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Afinal é simples.
-" Le dessin c'est une peinture avec des moyens reduits".
Voilá.
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Então é assim:
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Afinal é simples.
-" Le dessin c'est une peinture avec des moyens reduits".
Voilá.
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quinta-feira, 27 de dezembro de 2012
últimos dias
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Se ainda não visitaram, aproveitem.
É só até ao dia 30. No Tubo d'Ensaio d'Artes, Rua do Pinhal, 1A. Na Figueira da Foz.
O video, é do Pedro Cruz.
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Se ainda não visitaram, aproveitem.
É só até ao dia 30. No Tubo d'Ensaio d'Artes, Rua do Pinhal, 1A. Na Figueira da Foz.
O video, é do Pedro Cruz.
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domingo, 29 de novembro de 2009
Rachmaninoff (2)
Sergei Rachmaninoff tinha mãos grandes.
Rachmaninoff é um dos pianistas e compositores mais influentes do século vinte. O seu 3º concerto para piano e orquestra é considerado um dos mais difíceis do mundo. Algo só ao alcance de virtuosos.
Os seus trejeitos técnicos e rítmicos são lendários. As suas grandes mãos eram capazes de cobrir um intervalo de uma 13ª no teclado (um palmo de cerca de 30 centímetros). Especula-se que ele era portador da Síndrome de Marfan.
No leito de morte, Sergei insistia que estava a ouvir música por perto. Tendo-lhe sido assegurado repetidamente que não era o caso, declarou: “então está na minha cabeça”.
Esta também é uma caricatura: das suas mãos grandes e da sua grande música. E quase tão genial como elas.
Para ouver o vídeo, façam o obséquio de desligar o som no dispositivo adequado. Na barra lateral.
segunda-feira, 19 de outubro de 2009
a metáfora visual

Este é um blogue de desenhos. Mas o que são desenhos senão metáforas visuais?
Sabe deus(!) o que Luís Buñuel faria com esta.
José Saramago disse que o cérebro humano é um grande criador de absurdos e que Deus é o maior deles.
Em visita recente a Praga, o representante de Deus na terra encontrou-se com Gregório Samsa, himself.
Em visita recente a Praga, o representante de Deus na terra encontrou-se com Gregório Samsa, himself.
E citou Kafka. Este não disse nada.
sexta-feira, 2 de outubro de 2009
João César Monteiro
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Já uma vez aqui escrevi que, se na Figueira da Foz a normalidade é quase sempre medíocre, a excelência é por vezes superlativa.
O cineasta João César Monteiro é o paradigma ilustrado desta acepção. Isto, contudo, não é unânime; segundo a wikipédia, o pobre João tem muuuitos detractores. Demasiado inconformista, incómodo e sui generis para ser uma unanimidade. Foi, ainda segundo a Wikipédia, um dos poucos cineastas filiados no Novo Cinema que não prosseguiu estudos universitários; foi expulso do colégio de Mário Soares porque contraiu uma “perigosíssima” doença venérea, “Pensei, então, que entre a política e as fraquezas da carne devia existir qualquer obscena incompatibilidade e nunca mais fui visto na companhia de políticos”; terá mesmo dito, mais tarde, que “a escola é a retrete cultural do opressor”.
Já uma vez aqui escrevi que, se na Figueira da Foz a normalidade é quase sempre medíocre, a excelência é por vezes superlativa.
O cineasta João César Monteiro é o paradigma ilustrado desta acepção. Isto, contudo, não é unânime; segundo a wikipédia, o pobre João tem muuuitos detractores. Demasiado inconformista, incómodo e sui generis para ser uma unanimidade. Foi, ainda segundo a Wikipédia, um dos poucos cineastas filiados no Novo Cinema que não prosseguiu estudos universitários; foi expulso do colégio de Mário Soares porque contraiu uma “perigosíssima” doença venérea, “Pensei, então, que entre a política e as fraquezas da carne devia existir qualquer obscena incompatibilidade e nunca mais fui visto na companhia de políticos”; terá mesmo dito, mais tarde, que “a escola é a retrete cultural do opressor”.
Enfim, foi um português sem mestre.
Não consta igualmente que tenha deixado discípulos.
Contudo o pobre não era nenhum fellini. Era mais dado às palavras do que às imagens; talvez por isso tenha inventado o filme–esmola e, por fim, o cinema preto, isto é, sem imagens, o que enervou sobremaneira os patrocinadores e foi um escândalo para o numeroso e exigente público português da sétima arte, para quem o cinema é uma sequência de imagens vertiginosa e ordenadamente umas atrás das outras do princípio até ao happy end como nos filmes americanos caralho. Claro que isto divertiu enormemente o bom do César Monteiro que no fundo, no fundo, era uma alma de prazeres simples.
Enfim, a despeito de problemas sérios com patrocinadores, a mise-en-scéne em geral e a imagem em particular, tornou-se iconoclasta; e talvez por isso (verve e talento não lhe faltavam) um mestre da linguagem. Ora isto é algo muito mal visto no país da “liberdade respeitosa”. O seu humor sardónico e nem sempre bem-disposto caía mal. “Não se nasce português, fica-se”, dizia ele.
Mas os portugueses nunca se ficam. O coitado, para além de receber sempre as subvenções às mijinhas, nunca mereceu uma comenda no dez de Junho. Nem sequer a consagração, na toponímia da sua terra.
Mas merece um lugar à parte, uma espécie de panteão, no meu Álbum Figueirense.
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Contudo o pobre não era nenhum fellini. Era mais dado às palavras do que às imagens; talvez por isso tenha inventado o filme–esmola e, por fim, o cinema preto, isto é, sem imagens, o que enervou sobremaneira os patrocinadores e foi um escândalo para o numeroso e exigente público português da sétima arte, para quem o cinema é uma sequência de imagens vertiginosa e ordenadamente umas atrás das outras do princípio até ao happy end como nos filmes americanos caralho. Claro que isto divertiu enormemente o bom do César Monteiro que no fundo, no fundo, era uma alma de prazeres simples.
Enfim, a despeito de problemas sérios com patrocinadores, a mise-en-scéne em geral e a imagem em particular, tornou-se iconoclasta; e talvez por isso (verve e talento não lhe faltavam) um mestre da linguagem. Ora isto é algo muito mal visto no país da “liberdade respeitosa”. O seu humor sardónico e nem sempre bem-disposto caía mal. “Não se nasce português, fica-se”, dizia ele.
Mas os portugueses nunca se ficam. O coitado, para além de receber sempre as subvenções às mijinhas, nunca mereceu uma comenda no dez de Junho. Nem sequer a consagração, na toponímia da sua terra.
Mas merece um lugar à parte, uma espécie de panteão, no meu Álbum Figueirense.
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Aqui podeis certificar-vos do seu talento para a escrita, e no vídeo, da sua verve na sétima arte: numa cena do seu último filme "Vai e Vem" e na pele do personagem João Vuvu, ele esclarece uma amiga de longa data, em detalhe, como se pratica o Broche Chinês e, de seguida, contextualiza politicamente esta "tecnologia de ponta".
sexta-feira, 24 de julho de 2009
Lady Day

Billie Holiday morreu há cinquenta anos. Tinha 44.
Eu tenho 46. Mas, talvez porque até me tenho sentido bem, passei a noite a tentar desenhá-la enquanto a ouvia. Again and again (as palavras são de Abel Meeropol).
Não pude deixar de reflectir sobre a “música popular”, esse estranho fenómeno que, desde o advento do disco de 45 rotações se foi transformando cada vez mais num produto de consumo adolescente. A “música negra” seguiu o mesmo caminho: com o clip e a MTV tudo se transformou definitivamente nesta “coisa” visual e infantilizada, muito ruidosa, agitada e colorida mas vazia de referências e conteúdo que permite que se diga, sem contestação, que Michael Jackson foi um génio “musical”.
Ainda bem que Billie já não assistiu a tudo isto.
Nesta “árvore”, ela seria (outra vez) um bem “estranho fruto”.
Eu tenho 46. Mas, talvez porque até me tenho sentido bem, passei a noite a tentar desenhá-la enquanto a ouvia. Again and again (as palavras são de Abel Meeropol).
Não pude deixar de reflectir sobre a “música popular”, esse estranho fenómeno que, desde o advento do disco de 45 rotações se foi transformando cada vez mais num produto de consumo adolescente. A “música negra” seguiu o mesmo caminho: com o clip e a MTV tudo se transformou definitivamente nesta “coisa” visual e infantilizada, muito ruidosa, agitada e colorida mas vazia de referências e conteúdo que permite que se diga, sem contestação, que Michael Jackson foi um génio “musical”.
Ainda bem que Billie já não assistiu a tudo isto.
Nesta “árvore”, ela seria (outra vez) um bem “estranho fruto”.
STRANGE FRUIT
Southern trees bear a strange fruit
Blood on the leaves and blood at the root
Black body swinging in the southern breeze
Strange fruit hanging from the poplar trees
Pastoral scene of the gallant south
The bulging eyes and the twisted mouth
Scent of magnolia sweet and fresh
And the sudden smell of burning flesh!
Here is a fruit for the crows to pluck
For the rain to gather, for the wind to suck
For the sun to rot, for a tree to drop
Here is a strange and bitter crop.
sexta-feira, 29 de maio de 2009
Don't blame me

Trata-se de um desenho aparentemente simples embora nunca óbvio, misteriosamente calculado, como a mais deslumbrante matemática.
Ora, os desenhos sobre o jazz dificilmente não ficam contaminados por essa espécie de descontracção, característica de quem lida com o improviso.
Este retrato de Thelonius padece disso mesmo e talvez ainda de outra característica da sua música, que o tornam (talvez) pouco acessível: uma composição de ornamentos espartanos, quase abstracta - o que, no entanto, reforça o seu carácter reflexivo.
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Para ver (e ouvir) o sr. Monk, tenham a bondade de desligar o som ao sr. Shepp.
Para ver (e ouvir) o sr. Monk, tenham a bondade de desligar o som ao sr. Shepp.
quarta-feira, 6 de maio de 2009
Até aos ossos
A entranhada crise mundial e a recente febre da gripe mexicana, com a sua vertigem de morte têm precipitado um pouco por todo o lado uma espiral de humor negro.
Acontece que humor negro é o “middle name” desse grande país que é o México (é um dos principais traços do seu carácter, está-lhe entranhado na massa do sangue, até aos ossos). E a calavera Catrina, de José Guadalupe Posada, é o seu emblemático retrato oficial.
Acontece que humor negro é o “middle name” desse grande país que é o México (é um dos principais traços do seu carácter, está-lhe entranhado na massa do sangue, até aos ossos). E a calavera Catrina, de José Guadalupe Posada, é o seu emblemático retrato oficial.

Este filme notável, de René Castillo, que descobri por acaso, recria e actualiza a genial e (perdoe-se-me o paradoxo) imortal criatura de Posada. Castillo deu-lhe cor e movimento e Eugénia León, voz. Foi neste filme que um dos produtos mais sofisticados do mainstream hollywoodiano, o “genial” e aclamado Tim Burton, encontrou (em A Noiva Cadáver) a originalidade tão apreciada pelos imbecis. Sim, os mesmos que agora, na hora da morte de Vasco Granja, tanto censuram e ridicularizam a paixão deste por filmes experimentais, oriundos de países esquisitos.
domingo, 12 de abril de 2009
Primeiro estranha-se, depois entranha-se
A seu respeito, falam da “potência e simplicidade” de Aretha Franklin, da “sinceridade “ de Rocío Jurado ou da “expressividade” e “sensibilidade” de Billie Holliday ou de Chavela Vargas, mas receio que o fenómeno, ainda que igualmente intangível é exponencialmente “entrañable”.
É Concha Buika.
Como alguém disse: ”é glorioso descobrir uma jóia como esta no meio de tanto lixo que a industria discográfica produz hoje em dia”.
segunda-feira, 17 de novembro de 2008
Luís Buñuel
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Ontem vi a Deneuve. Nas notícias da TV. Estava a inaugurar uma exposição de fotografias de Luís Buñuel, no Casino do Estoril. Pobrezinha, já está longe da imagem de Tristana que fazia suspirar (ou salivar) e talvez sonhar Hitchcock. Foi então que me lembrei de Luís Buñuel. O tempo, esse não passa sobre os seus filmes, que continuam como sempre: inconformistas, imprevistos e corrosivos. Delirantes de humor, absurdo e inteligência “em torno de alguns motivos centrais - a crítica da religião e da hipocrisia burguesa, os paradoxos da sexualidade, a força do desejo, os automatismos mentais, que obedecem, ao mesmo tempo em que escapam, às determinações sociais e históricas.”
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"quando o filme está curto, acrescento-lhe um sonho"
Vejam este filme. Aqui e agora.
Produzido em 1929, 'Un Chien Andalou' é considerado o filme emblemático do movimento surrealista, tornando-se uma marca registada na história do cinema. Baseado numa mescla de sonhos de Dali e de Buñuel, este conto de desejos reprimidos, abre inocentemente com as palavras 'Era uma vez', segue com a cena mais célebre e chocante do cinema - uma navalha que corta o olho de uma mulher em close-up/detalhe. Um filme desesperado, uma atracção apaixonada e assassina. “ao escrever o roteiro, os (então) amigos Buñuel e Dalí descartavam tudo aquilo que pudesse fazer sentido imediato. Nessa recusa do significado linear e fixo, pululam imagens inéditas e inesquecíveis - o olho cortado pela navalha, as formigas que saem das mãos, o burro morto sobre um piano de cauda, os esqueletos vestidos com trajes papais. E, claro, como era da própria intenção dos criadores, desse aparente nonsense brotavam significados aos borbotões - dependentes da imaginação de quem assistia ao filme.”
Produzido em 1929, 'Un Chien Andalou' é considerado o filme emblemático do movimento surrealista, tornando-se uma marca registada na história do cinema. Baseado numa mescla de sonhos de Dali e de Buñuel, este conto de desejos reprimidos, abre inocentemente com as palavras 'Era uma vez', segue com a cena mais célebre e chocante do cinema - uma navalha que corta o olho de uma mulher em close-up/detalhe. Um filme desesperado, uma atracção apaixonada e assassina. “ao escrever o roteiro, os (então) amigos Buñuel e Dalí descartavam tudo aquilo que pudesse fazer sentido imediato. Nessa recusa do significado linear e fixo, pululam imagens inéditas e inesquecíveis - o olho cortado pela navalha, as formigas que saem das mãos, o burro morto sobre um piano de cauda, os esqueletos vestidos com trajes papais. E, claro, como era da própria intenção dos criadores, desse aparente nonsense brotavam significados aos borbotões - dependentes da imaginação de quem assistia ao filme.”
Este filme é um triunfo da arte, é um histérico e delirante passeio de uma alegria obscura, cujo poder de enfrentar o espectador não ficou diminuído depois de mais de três quartos de século. A arte na sua essência primitiva.
Se não gostarem à primeira, revejam outra vez. Primeiro estranha-se, depois…
Para visionar o filme, apaguem as luzes e acendam os charutos… e desliguem por favor, A Java des bombes atomiques. Serão apenas quinze minutos.
“É um grande cinema, anarquista e libertário, que continua atual e pulsante, mesmo em tempo tão conformista como o nosso.”
Se não gostarem à primeira, revejam outra vez. Primeiro estranha-se, depois…
Para visionar o filme, apaguem as luzes e acendam os charutos… e desliguem por favor, A Java des bombes atomiques. Serão apenas quinze minutos.
“É um grande cinema, anarquista e libertário, que continua atual e pulsante, mesmo em tempo tão conformista como o nosso.”
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A caricatura, desenhei-a a partir desta foto, do também surrealista Man Ray, mais ou menos da época do seu primeiro filme - Le chien andalou.
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A caricatura, desenhei-a a partir desta foto, do também surrealista Man Ray, mais ou menos da época do seu primeiro filme - Le chien andalou.
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quarta-feira, 15 de outubro de 2008
O valor, o contexto e a arte
Em Janeiro de 2007, o colunista do Washington Post Gene Weingarten fez, com a colaboração do conhecido violinista Joshua Bell, uma curiosa experiência no contexto de um debate sobre “Valor, Contexto e Arte”.
Joshua Bell, “que dias antes tinha actuado no Symphony Hall of Boston para uma plateia esgotada, a 1000 dólares por cabeça, tocou no metropolitano durante 45 minutos as mesmas peças musicais consagradas, no mesmo Stradivarius de 1713 avaliado em mais de 3 milhões de dólares.”
Passaram por ele 1097 pessoas, poucas pararam para o ouvir e apenas uma o reconheceu. O violinista recolheu 32.17 dólares, excluindo 20 da única pessoa que o reconheceu. Segundo um comentário a este vídeo, no You Tube: “Moral: if you want good results, do the best in the right place.
Gene Weingarten venceu o Prémio Pulitzer 2008 pelo artigo que redigiu baseado nesta experiência.
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Tal como Joshua Bell, eu também acho agradável ser reconhecido fora de qualquer “right place”.
Este post é dedicado a PDuarte, do blogue “o último pingo” (link aqui ao lado), que me deixou, algures aqui em baixo, um comentário amável e generoso.
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domingo, 28 de setembro de 2008
Is you or is you ain’t my baby
A música (e a voz) é de Woody Herman.
1946: era o tempo das Big Bands e dos grandes desenhos (animados).
1946: era o tempo das Big Bands e dos grandes desenhos (animados).
domingo, 15 de junho de 2008
"el negro" Fontanarrosa
Roberto “el negro” Fontanarrosa é um ENORME artista gráfico e escritor argentino.
Nasceu em 1944 em Rosário, viveu com “a lucidez suficiente para exercer com mestria o mais árduo dos ofícios: o de dizer o mais profundo da forma mais simples, fazendo rir com gosto pelo menos duas gerações,” e morreu em 2007.
“De mí se dirá posiblemente que soy un escritor cómico, a lo sumo. Y será cierto. No me interesa demasiado la definición que se haga de mí. No aspiro al Nóbel de Literatura. Yo me doy por muy bien pagado cuando alguien se me acerca y me dice: «Me cagué de risa con tu libro”.
Tinha uma paixão elevada pelo futebol. Este é um dos seus cuentos:
Podeis ver aqui o catálogo de uma exposição retrospectiva do seu trabalho. E aqui podeis vê-lo dissertando sobre “las malas palabras”.
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Nasceu em 1944 em Rosário, viveu com “a lucidez suficiente para exercer com mestria o mais árduo dos ofícios: o de dizer o mais profundo da forma mais simples, fazendo rir com gosto pelo menos duas gerações,” e morreu em 2007.
“De mí se dirá posiblemente que soy un escritor cómico, a lo sumo. Y será cierto. No me interesa demasiado la definición que se haga de mí. No aspiro al Nóbel de Literatura. Yo me doy por muy bien pagado cuando alguien se me acerca y me dice: «Me cagué de risa con tu libro”.
Tinha uma paixão elevada pelo futebol. Este é um dos seus cuentos:
Podeis ver aqui o catálogo de uma exposição retrospectiva do seu trabalho. E aqui podeis vê-lo dissertando sobre “las malas palabras”.
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terça-feira, 27 de maio de 2008
Improviso nº5, a eloquência, avec elegance
Se a meia-idade pode ser “aquela em que um homem corre o sério risco de comportar-se como um ordinário”, também pode ser aquela em que a lucidez e o sentido do humor se refinam. Mas é, de certeza, aquela em que a veemência e uma certa gravidade se tornam mais eloquentes. Avec elegance…
domingo, 11 de maio de 2008
sábado, 15 de setembro de 2007
Thelonius Monk, round about midnight
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Como um desenho, a traço preto sobre um papel branco.
Vejam como aqui os silêncios são tão importantes como os sons.
São como os “vazios” num desenho antigo oriental ou num arabesco de Matisse. Completam e preenchem de harmonia, a composição.
Ouçam como o piano percutido (nunca o piano foi, como aqui, um instrumento de percussão), desenha a melodia, como que reflectindo e hesitando cada nota, como o velho mestre cada traço.
Pressentem o Génio, no seu estado puro?
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