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Acontece com a velhice o mesmo que com a morte.
Alguns
enfrentam-nas com indiferença, não porque tenham mais coragem do que os outros,
mas porque têm menos imaginação.
Marcel Proust
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Marcel Proust gostava muito
de Vermeer (Ver Meer, como ele
preferia), considerava a “Vista de Delft”
o quadro “mais belo do mundo”.
Todavia se me é permitido compará-lo com algum pintor, é com Velásquez - a sua obra está para Literatura mais ou menos como a deste para a Pintura. Se “As
Meninas” é, na opinião certeira do pintor napolitano Luca Giordano, “a teologia
da pintura”, o romance “La recherche du temps perdu” também me parece um
tratado - o da “teologia da Literatura”.
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2013 também foi o ano do
centenário da primeira edição de “Du coté de chez Swann”. E dos dez
anos do início da tradução para português (!!) de “La Recherche du Temps perdu”,
um romance-catedral complexo e denso
sobre o tempo, a memória e o sentido da arte – um chef-d’oeuvre total de um escritor de frases longas, sinuosas e
intrincadas que se bifurcam em alusões irónicas de múltiplos e dissonantes, ou
reticentes, sentidos - sob um manto de solene melancolia.
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