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Para
“melhorar a comunicação”, isto é, para demonstrar aos
portugueses e ao mundo quanto o país é bem governado, o Governo de
Portugal decidiu criar um modelo de encontro diário com a imprensa,
a que chamou o "brífingue". O primeiro destes encontros
foi logo no dia da demissão do ministro Gaspar.
Pedro
Lomba - o lomba dos brífingues - o secretário d'estado adjunto do
ministro adjunto e da Propaganda Poiares Maduro, foi o escolhido para
dizer aos portugueses, entre outras coisas, que por exemplo, não
tinha “dúvidas sobre a seriedade de Rui Machete no requentado
(as aspas são dele) caso BPN”.
No
entanto, a periodicidade dos brifingues foi passando de diária a
mais espaçada, acabando mesmo por ser interrompida. Mas, sempre para
“combater a desinformação”, os brífingues foram retomados.
Logo o primeiro - depois da retoma - ficou assinalado pela recusa de Lomba em responder
a uma pergunta de um jornalista, “Não vou responder à sua
pergunta” disse-lhe ele – assim, cheio de coragem.
Lomba
distinguiu-se, entre outras coisas, porque inventou o chamado
"brífingue ófe-de-récorde”, no qual se propunha manter
conversas informais off the record com os jornalistas, de
forma a poder dizer o que lhe apetecesse em nome do Governo sem se
comprometer com nada nem assumir coisa nenhuma. A ideia dele era
“combater o “discurso superficial e vazio que não se compromete
com nada e que nada assume”. Digam lá que não é de génio.
Lomba
é um génio (no retrato que lhe fiz, procurei realçar esse traço
evidente da sua personalidade). Um génio da comunicação. E da
política. Professor de direito. E tem obra. Publicada e tudo. Escreveu uma vez um livro
que se chama, segurem-se, "Teoria da Responsabilidade Política".
Não
sei se estão a ver.
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