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O novo secretário d'estado dos assuntos parlamentares não é novo. Aliás como o governo. (num país que vive, como se sabe, num regime de alterne, um novo governo é sempre uma espécie de versão mais ou menos refrescada do anterior).
Digamos então que Carlos Abreu Amorim é assim um rapaz da minha idade. Para as crónicas mais amáveis ele é um sujeito polémico; para as outras é apenas um gajo tóxico. Tudo isto porque tem por costume tuitar bacoradas racistas a propósito de tudo e de umas botas.
Eu cá acho, no entanto, que Carlos Abreu Amorim é um sujeito dotado do mais requintado, equívoco, retorcido, talvez perverso (ou pervertido) ou apenas desmiolado, sentido de humor.
Eu explico. Na página onde explana com fulgor e panache todo o esplendor da sua visão imbecil da vida, @cabreuamorim usa sans soucis (isto é, sem jamais me ter pedido amável autorização ou sequer me ter perguntado cortezmente quanto custa) a caricatura que lhe fiz, e que editei aqui, em 2013. Presumo que, sendo ele representante eleito de uma classe que tanto preza a sacro-santidade do direito à propriedade privada, isto configure algo que lhe é muito grato e que os marxistas chamam, com propriedade, apropriação primitiva (Proudhon chamava-lhe, mais sucintamente, um roubo).
Devo sublinhar que isto não me choca nem um bocadinho; nem considero sequer que seja um abuso intolerável. Eu gosto de partilhar. Sempre votei nos comunistas.
Mas acho delicioso - impagável - que ele se reveja tanto nesta caricatura que tenha feito dela o seu emblema. Isso sim, ninguém me tira.
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1 comentário:
Deve colocar sempre uma ferradura na testa destes tipos para melhor publicitarem o retrato.
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