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domingo, 18 de dezembro de 2022

O “panorama” Santana Lopes: do xuto na incubadora à fuga do pé para a chinela


 

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“Queria aproveitar esta oportunidade para dizer o seguinte, a Figueira da Foz não tem a dimensão que tem Coimbra (…), é uma cidade média, com uma história de que se orgulha, com uma atratividade enorme (…) e, portanto, tem de agir, na área da comunicação, com respeito por essa história, por esse estatuto, por essa vontade. E isso não é consentâneo – e nada tem a ver com os profissionais da comunicação social presentes – com o tratamento - e não falo pelo protagonismo de quem dirige o município neste momento, porque não necessito -, que é devido, nomeadamente na região e nos órgãos da região. Esta é uma questão de honra para o município. Porque o município, de facto, é bem tratado por quem nos visita e vem de fora, e por quem cá está e nos conhece bem também temos de o ser. Já o manifestei aos proprietários dos órgãos de comunicação e quero aproveitar esta cerimónia para o reafirmar. Porque se o panorama não mudar, da sociedade civil outras iniciativas terão de ter lugar para mudar este panorama”.

Pedro Santana Lopes, em cerimónia pública realizada quinta-feira dia 15 de Dezembro, na Casa do Paço, Figueira da Foz (transcrito pela Revista Óbvia e copiado da página desta do facebook, com a devida vénia)

 

O cidadão Charles Foster Kane nofundo-nofundo só queria que gostassem dele. Para isso era capaz de todo o tipo de patifarias mais ou menos revoltantes. Tal como, nos nossos dias, Elon Musk, outro milionário triste, patético e prepotente. 

Santana Lopes, o represidente da Câmara Municipal da Figueira da Foz, padece aparentemente da mesma estirpe de melancolia mórbida, uma espécie de necessidade compulsiva, quase mística, de aprovação. Santana não suporta a objecção, a reticência, a discordância; muito menos a crítica, a ironia, o dichote ou o afrontamento; apenas se satisfaz com o entusiasmo. 

Assim, depois de ter derretido uns milhares de euros do erário municipal em tenças e mantenças a alguns dos mais solícitos lambe-cus da praça figueirinhas, depressa chegou, porém, à conclusão de que jamais haveria nos cofres municipais (nem nos do Banco da América) dinheiro suficiente para recompensar o ditirambo mercenário a todos os lambe-cus da paróquia. Por isso passou aos finalmentes. Falou com os “proprietários dos órgãos de comunicação” e disse-lhes meus meninos ou gostam de mim ou gostam de mim. Não satisfeito, passou, às ameaças: “se o panorama não mudar, da sociedade civil outras iniciativas terão de ter lugar para mudar este panorama”. 

Ou seja, se bem entendi o arrazoado, o panorama pode ser descrito, muito mais sobriamente, deste modo singelo:

-se não dizem bem do Santana, vem aí o homem-do-saco, que é amigo dele, e faz uma OPA ao calinas, ao jornal Asbeiras, ao Figueirense e até ao “O Dever” e ao jornal do Lidl e integra-os todos num grande grupo de comunicação, um empório de jornalecos que diga tão bem dele como o do citizen Kane dizia do cidadão Charles Foster. E se isto não chegar, compra também o twitter ao Elon Musk. E faz como este: corta o pio a quem disser mal dele. 

Estão a ver o panorama?

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1 comentário:

Judite Castro disse...

Estou a ver o panorama! Ainda hoje estive a ler um trabalho sobre narcisistas na vida pública ou na política...
Grata pela informação.