Na Figueira da Foz é como se a selecção natural fosse regulada pela Lei de Murphy. É assim em tudo. E até na política. O presidente da câmara municipal, por
exemplo, é sempre pior do que o anterior. Tem sido sempre assim. Pelo menos desde
que eles são eleitos. De mauzinhos a piores. Fatal como o destino.
O actual é o campeão absoluto. Atingiu o topo na selecção
natural dos da sua espécie. É tão bom mas tãobomtãobom
(ou tão mau) que se prepara para suceder a si mesmo.
A propósito de mais esta
cegada, o meu amigo Agostinho mantém que o homem confunde interesse público com interesse
do público. A verdade porém é que se o patrocínio público da música pimba
insulta a inteligência, o bom gosto e o bom senso do cidadão mais cordato - mais
não é, no fundo, do que fazem autarcas de todo o país. Nem sequer é algo de novo na prática política dos executivos liderados por João Ataíde das Neves.
O que se torna, quanto a mim, verdadeiramente repugnante (que revolta o
estômago) é o argumento que o homem achou para justificar a isenção de taxas
camarárias e o pagamento de custos a uma empresa privada: diz que o “interesse
público” do espectáculo de Anselmo Ralph é possível segundo a leitura que fez do regulamento
municipal.
Ou seja, para um cidadão comum as leis são para aplicar
(se são justas) ou para revogar (se são iníquas) mas para o ex-juiz João Ataíde
das Neves são para interpretar, como
as partituras. Suponho que isto também deve ser um indício bastante eloquente do
estado dodecafónico da justiça em Portugal.
Foda-se, não há pachorra. Eu já aqui uma vez o mandei para o caralho (pedi-lhe educadamente para
se ir foder).
Esculhambar alguém como o sr. presidente é, como cantava o grande Bob Marley em I shot the Sheriff, legítima defesa. Além,
claro, de um imperativo de inteligência.
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