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Para começar o ano, um retrato de um betinho de corpo
inteiro: Nuno Melo.
O primo-sobrinho
de Eurico de Melo (o barão do PPD que era conhecido como vice-rei do norte) é um dos mais credíveis sucessores de
Paulo Portas na liderança do mais maneirinho dos partidos de direita de
Portugal, o dos senhoritos, dos
quéques. Muito mais do que este, esta ou este (enfim, segundo os jornais ditos de referência)
.
Nuno Melo exprime-se em público naquela forma peculiar
que é a dos parvenus do norte que
querem disfarçar o seu sotaque regional. Enrolam os érres e os éles e tentam
fechar as vogais da forma que pensam ser “à
manaira de lesboa”.
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Ouvi-lo falar é assistir a algo trouble, entre o equívoco e o farsola, muito próximo do cómico
involuntário. Mas ouvir o que ele diz ainda é melhor, muito mais explícito e
afirmativo, sem subterfúgios. É premeditado - faz rir de propósito.
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É contudo no cruzar dos dois registos, como fala e o que diz,
que a vis comica do personagem se
manifesta na plenitude.
Recentemente, por exemplo,
considerou que o modelo que "trouxe
progresso à Europa nas últimas décadas não pode ser posto em risco em Portugal”.
Agora imaginem ouvi-lo dizer isto com aquele seu acento
de polícia da Régua a tentar parecer um actor de Cascais.
É, ou não é, de partir o côco?
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1 comentário:
É de partir o coco e tirar a casca à banana.
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