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terça-feira, 5 de janeiro de 2016

O stand-up do CDS

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Para começar o ano, um retrato de um betinho de corpo inteiro: Nuno Melo.
O primo-sobrinho de Eurico de Melo (o barão do PPD que era conhecido como vice-rei do norte) é um dos mais credíveis sucessores de Paulo Portas na liderança do mais maneirinho dos partidos de direita de Portugal, o dos senhoritos, dos quéques. Muito mais do que este, esta ou este (enfim, segundo os jornais ditos de referência)
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Nuno Melo exprime-se em público naquela forma peculiar que é a dos parvenus do norte que querem disfarçar o seu sotaque regional. Enrolam os érres e os éles e tentam fechar as vogais da forma que pensam ser “à manaira de lesboa”.
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Ouvi-lo falar é assistir a algo trouble, entre o equívoco e o farsola, muito próximo do cómico involuntário. Mas ouvir o que ele diz ainda é melhor, muito mais explícito e afirmativo, sem subterfúgios. É premeditado - faz rir de propósito.
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É contudo no cruzar dos dois registos, como fala e o que diz, que a vis comica do personagem se manifesta na plenitude.
Recentemente, por exemplo, considerou que o modelo que "trouxe progresso à Europa nas últimas décadas não pode ser posto em risco em Portugal”.
Agora imaginem ouvi-lo dizer isto com aquele seu acento de polícia da Régua a tentar parecer um actor de Cascais.

É, ou não é, de partir o côco?
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1 comentário:

cid simoes disse...

É de partir o coco e tirar a casca à banana.