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E o homem do
ano é... Carlos Costa.
Por todas as razões e mais a seguinte: o governador do
Banco de Portugal, sobre quem já me debrucei aqui, parece a demonstração viva da
perene actualidade do princípio da incompetência, ou de Peter, do professor Laurence Johnston Peter.
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Este príncípio
pode ser enunciado deste modo: num
sistema hierárquico, todo o funcionário tende a ser promovido até ao seu nível
de incompetência. E isto é assim,
segundo o professor Peter, porque entre outras coisas, “a nata sobe até azedar” e porque “para qualquer trabalho no mundo existe alguém, em algum lugar, que não o
pode fazer. Pela força da promoção, essa pessoa conseguirá esse posto”.
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Foi o que aconteceu com Carlos Costa no topo da
hierarquia do Banco de Portugal. Para a hierarquiologia,
ciência criada plo prof. Peter, a competência
é a "capacidade
do empregado, julgada pelos superiores, para preencher o seu lugar na hierarquia". Chegado ao topo, Carlos Costa é, pla
lei em vigor, inamovível, indemitível,
insubstituível; porque não tem superiores que lhe julguem a capacidade. Atingiu a bem-aventurança da incompetência, a indispensabilidade inimputável.
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Contudo o prof. Peter não
ficou por aqui para nos ajudar a entender toda a dimensão e densidade do
fenómeno da estupidez na hierarquia das organizações de topo. Chegados a este patamar, elaborou outro príncipio que se
adapta, como outra luva, a Carlos Costa: o princípio
de Nixon, para o qual “se dois erros não fazem um acerto, experimente
com três”.
Penso
que, depois do BES e do BANIF, é exactamente isso que o imparável governador do
Banco de Portugal se prepara para fazer, no ano que aí vem, com o
Montepio ou com outro banco qualquer.
Está tudo previsto pelo professor Peter.
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1 comentário:
Incompetente ou conivente?
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