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domingo, 29 de junho de 2014

O país profundo

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Os portugueses não páram de me espantar. O empreendorismo está-lhes nos genes. São capazes de desarrincar ideias do cu com um gancho desde que seja, claro, para alavancar, ou implementar ou até, sei lá potenciar; o que quer que seja. E não o fazem, como têm  fama, de improviso; não. Pelo contrário, perpetram-no de forma metódica, sistemática, premeditada. É uma coisa incrível.

A bem dizer, os tugas são, como os hebreus, uma espécie de povo eleito. Só que ao contrário destes, que tentam pateticamente tirar sangue das pedras cultivando laranjeiras no deserto, os tugas preferem retirar toda a humidade e nutrientes à terra até que todo o seu país se transforme num deserto - enfim, numa espécie de terra prometida, ou lá o que é.

Senhoras e senhores,
leidis énde gentleménes,
mésdames i mossiús,
eis
agora
algo completamente diferente:
a cóltura do ócalipto em socalcos.
O ócalipto. Em socalcos.
Digam lá que não é de génio.

A imagem, para que se veja, recolhida no sopé da serra das Alhadas, na Figueira da Foz (entre Caceira e o Cabecinho, na antiga EN 111)) mostra bem a capacidade tenaz e metódica dos naturais, em todo o seu esplendor.

Este é mais um retrato alarve do país profundo. Ou, se preferirem, um retrato profundo de um país alarve.
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3 comentários:

trepadeira disse...

PORRA QUE É DEMAIS.
VOU, COM A DEVIDA VÉNIA, OU NÃO FORA ESTE UM PAÍS DE VÉNIAS, ROUBAR.

ABRAÇO,

mário

Fernando Ribeiro disse...

Caro Fernando Campos, não vejo qual é o espanto. Não faltam, por esse país fora, serras òcaliptizadas aos socalcos. Quando as encostas têm uma certa inclinação, eles fazem socalcos nelas, para mais tarde poderem meter as máquinas que hão-de recolher a madeira. Muitas vezes os socalcos não são visíveis aos nossos olhos, porque os òcaliptos crescidos os disfarçam.

De resto, vem agora aí a época dos incêndios, que é coisa que não incomoda os "empreendedores" da Portucel, porque vivem na Linha de Cascais.

Rogério G.V. Pereira disse...

Se ninguém os agarra
isto nunca mais pára