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terça-feira, 10 de setembro de 2013

O último reduto da poesia

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O jornal Público (um dos expoentes máximos do jornalismo dedutivo nacional) explicou que “o abrandamento acentuado da queda do investimento e do consumo privado durante o segundo trimestre deste ano foi a principal razão para o desempenho mais positivo registado pela economia portuguesa, que conduziu à interrupção do período de recessão técnica que se verificava desde 2010”.Pelo que – se bem percebi – a economia do país ainda não está exactamente a crescer, limita-se a decair menos. Mas é um dado novo que permite ao jornal concluir, em título: Menor queda do investimento e exportações explicam saída da recessão”.
- Entretanto, inexplicavelmente, as próximas avaliações da troyka põem Portugal à beira do precipício (fonte governamental admitiu ao i “que se a sétima avaliação foi dramática e longa, "a oitava e nona poderá ser uma tragédia, que nem a inspiração divina salvará").

- “O país melhora os índices de mortalidade infantil” (embora ainda esteja abaixo da média comunitária) “mas piora nos de esperança de vida”. O que supõe que deus nosso senhor continua a preferir os portugueses: fá-los nascer incólumes mas leva-os para perto de si cada vez mais cedo.
- Pelo que acho inexplicável que Portugal perca pontos “no rankingue mundial da felicidade”.
-Até porque “as vendas de smartefónes já ultrapassam as de telemóveis tradicionais”.
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- E, além disso, depois dos correios, o governo vai privatizar o mar (em terra a tarefa já está toda concluída. E no ar também, pelo menos parcialmente, pois o combate aos fogos por meios aéreos por exemplo,  já é uma prerrogativa exclusiva de privados).
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- Entretanto, “O presidente da república enalteceu o papel dos escoteiros no desenvolvimento da cidadania democrática”.
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Com notícias destas, que recolhi hoje no agregador de notícias do google, não espanta que os portugueses se refugiem no nihilismo, no sarcasmo, na derisão e no escárnio.
Mas há deles todavia, que ainda se entregam à poesia. Como mostra esta imagem-manifesto, que captei ontem num jardim de uma modesta residência, na rua Teófilo Braga, em Mira.


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