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Ainda
me lembro. O melhor presente
que tive foi sem
dúvida aquela flóber.
Toda a garotada da
terra colaborou no meu
entusiasmo. Íamos
para o campo,
pam pam, pardal
aqui, pam pam, pardal ali.
A única arrelia que
tive com ela foi
quando um dia, sem
querer, pam,
acertei em cheio na
tia Albertina.
Para castigo não me
deixaram ir ao enterro
Mário Henrique Leiria
Ele há homens assim, cuja vida se rege pelo signo da, digamos
assim, mobilidade. E da distinção,
claro. Da excelência. Por exemplo, Fernando Seara. O homem já foi de tudo um
pouco e sempre (como é óbvio) com grande destaque.
Senão vejamos: além de ser sócio da firma Correia, Seara, Caldas & Associados, Fernando Jorge Loureiro de Reboredo Seara
(as coisas que se sabem na wikipédia) já foi:
-assistente do Instituto Superior de Ciências Sociais e Políticas;
-professor
auxiliar convidado dos Departamentos de Direito da Universidade Internacional (!)
e da Universidade
Lusíada de Lisboa (!!);
-chefe de gabinete do ministro da Educação;
-militante, destacadíssimo pois então (chegou a
secretário-geral), do CDS; depois desarriscou-se e inscreveu-se no pêpêdê que era, penso, o que estaria a dar;
-presidente do Conselho Superior
do Desporto;
-membro da Alta Autoridade para a
Comunicação Social;
-presidente
do Conselho de Opinião da Radiotelevisão
portuguesa;
- actor de novelas
(estreou-se na novela Doce tentação),
da TVI;
-é o comentador desportivo mais
bem pago da TVI, tem um vencimento mensal bruto de 6250 euros;
-é casado com a
jornalista Judite de Sousa, da… TVI, claro;
-é adepto conhecido
do Benfica. Em 2010 ponderou mesmo candidatar-se a
presidente da Federação Portuguesa de
Futebol;
-é presidente da Câmara Municipal de Sintra.
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Agora tem ponderado candidatar-se a presidente da Câmara
de Lisboa mas acho que um tribunal qualquer não deixa. A vida tem destas coisas. As
mobilidades ascensionais tendem amiúde a acabar num tribunal.
Mas ele vai recorrer, claro. Sendo advogado e tendo sido
professor nas mais prestigiadas faculdades sei lá do país, o homem sabe de leis.
E fala com eles (os que fazem as leis).
Por isso, não há-de ser nada.
Também há pássaros assim. De arribação. Sempre de galho em galho. E sempre para cima.
Também há pássaros assim. De arribação. Sempre de galho em galho. E sempre para cima.
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- Até ao dia em que alguém, sei lá com uma flóber, espante a passarada toda. O pior
é se depois, para castigo, não o deixam ir ao enterro da tia
Albertina.
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1 comentário:
Preferia que fossem derrotados ou eleitos por vontade dos eleitores
Esta lei é mais um atentado
aos direitos
dos eleitores
dos cidadãos
das pessoas
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