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sexta-feira, 19 de janeiro de 2024

Mattos Chaves e o albergue português


 

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A expressão “albergue espanhol” é, no vocabulário popular português, sinónimo de abrigo de toda a sorte de indivíduos com origens e propósitos diversos, por vezes até divergentes. Tem origem, julga-se, naqueles dormitórios de borda de estrada que desde a idade média albergavam, por uma noite e sob o mesmo tecto, a mais heteróclita fauna humana que imaginar se possa, que constituía o cortejo de peregrinos do caminho de Santiago - e incluía tanto os fieis do apóstolo propriamente ditos como toda aquela casta de parasitas (pulgas, piolhos, carrapatos, putas, pedintes, oportunistas, escroques, ladrões, vigaristas e outros pulhas sevandijas), que têm por costume assediar o gado em transumância e as multidões em procissão.

O partido Chega é todo um novo conceito de “albergue espanhol”. Os seus hóspedes não são devotos de S. Tiago mas de S. Bento. Miguel Mattos Chaves é um dos mais recentes hóspedes deste albergue português. Mattos Chaves não é um hóspede qualquer - já foi “hóspede” do CDS - por quem aliás já foi candidato à presidência das câmaras municipais da Figueira da Foz, do Crato, de Arruda dos Vinhos e da Anadia, sem nunca ter sido eleito sequer vereador; e até, por duas vezes, à liderança do próprio partido, sempre com o mesmo invariável resultado.

Mattos Chaves agora ocupa um catre num albergue do Chega em Viana do Castelo - ao lado da fina-flor de todo um lumpén das mais desvairadas origens.

Pois bem, Mattos Chaves não se contenta com um simples catre, a caminho de Santiago. Ele tem uma fezada que desta vez a boa-vontade dos eleitores peregrinos de Viana do Castelo lhe vai proporcionar uma cátedra em S. Bento.

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