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O berlusconismo representou tal rebaixamento do nível de indignação
ética da nossa nação a ponto de coincidir com a própria morte da ética nas
consciências dos italianos. Consciência que, de facto, hoje em dia está em
coma, principalmente nos palácios do poder político. Mas o que significa a morte de ética? Significa o desmando
da vulgaridade, termo a ser entendido não tanto como um uso de linguagem
imprópria, como no sentido etimológico que se refere ao povo comum, populacho, plebe, ou seja, ao populismo como procedimento que tudo mede com
base nos aplausos, como medidor de aplausos permanente que transforma os
cidadãos de seres pensantes em espectadores que batem palmas. Ou seja: não é
certo o que é certo, mas o que recebe mais aplausos. Aqui está a morte da ética, aqui está o triunfo do que politicamente se chama de populismo e
que representa a degeneração da
democracia em oclocracia (em grego antigo
"demos" significa povo, "oclos" significa populacho).
Vito Mancuso, aqui
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