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quinta-feira, 24 de fevereiro de 2022

Diogo Pacheco de Amorim


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Pacheco de Amorim é um “ideólogo”. Também foi administrativo do MDLP (um partido bombista criado plo general Spínola nos idos de 1975) e tem-se dedicado ao imobiliário; mas pouco, porque Pacheco é sobretudo um ideólogo. Um ideólogo com pedigri: licenciou-se em filosofia por coimbrameudeus, foi correligionário do Júdice da quinta das lágrimas e é neto de um monárquico que era íntimo de Salazar (seja lá o que for que isto quer dizer).

Amorim é, dizem, um dos ideólogos do partido Chega. Pacheco também foi o ideólogo do partido de Manuel Monteiro (partidinho e figura que, segundo o insuspeito 31 da armada, “corporizam a estupidez e a falta de ideias em política “) do qual copiou partes da “declaração de princípios” para o pugrama do Chega, Segundo este, o Chega “filia-se à tradição judaico-cristã e grego-romana contra o regime que, desde 1974, subverteu a ordem moral da tradição secular portuguesa”.

Pacheco é um ideólogo que só tem uma ideia - e fixa. Não me espanta que também só tenha um neurónio. Apenas isso explica a sua pretensão de ser vice-presidente do parlamento de um regime ao qual se opõe porque este subverteu a ordem moral da tradição secular portuguesa.

Embora licenciado em filosofia, Pacheco tem notórias dificuldades oratórias, argumentativas, quiçá cognitivas. Quando se propõe, por exemplo, explanar o seu digamos assim, pensamento, a mioleira, já liquefeita, espapaça, deita fumo e cheira a esturro. Como quando defende a pureza da cor e da raça portugueza: “a nossa cor, nós de origem… a nossa cor de origem é a cor branca, todos nós sabemos, e a nossa raça é a raça caucasiana”.

Eis a tragicomédia deste puro-sangue luzitano tão ufano de brios: os princípios da ordem moral da tradição secular portuguesa que defende este pacheco têm afinal fundamentos bem pouco autóctones – vêm do médio-oriente, do Mediterrâneo, do Levante - até a cor-de-origem lhe vem da Ásia.

Não podia deixar de retratar a figura. Em poucos traços, como de costume, mas se repararem bem, todos caucasianos.

P.S. – bem sei que já começou a guerra. Mas como vedes, vou-me entretendo com minudências, enquanto escuto as doutas opiniões dos especialistas (não sabia que havia tantos) na geo-plítica do Cáucaso e regiões limítrofes ou aparentadas. Mais uns dias e saberei tudo sobre as razões profundas e remotas deste quiprocuó entre caucasianos. Em todo o caso, a minha opinião, se a quereis saber, é que há assuntos nos quais nunca nos devíamos meter. Eles, que são todos brancos, que se entendam.

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