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quinta-feira, 20 de julho de 2017

O candidato dos batráquios

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Ao contrário de outros povos em cujas idiossincrasias a estupidez e a presunção de superioridade encontram formas ostensivas e até orgulhosas, os portugueses desenvolveram a mais cobarde, dissimulada e hipócrita forma de racismo que eu conheço. Verdadeiramente repugnante.
A jovem realizadora de cinema Inês Teles deu a ver a todo-o-mundo este curioso racismo em-forma-de-assim, retintamente português. Corajosa e magistralmente, numa curta de apenas onze minutos, deu-lhe a forma de um batráquio – aludindo ao costume (ou tradição?) de prantar um sapo de louça à entrada de casas ou estabelecimentos com o objectivo de desencorajar a presença de ciganos - para quem o animal (ou a sua simples representação) tem uma conotação aziaga, repugnante.

André Ventura é o jovem comentador de bola do correio da manha que é candidato à câmara municipal de Loures plo Pêéssedê. O seu discurso inflamado encanta todo este bom-povo de tão bons e idiossincráticos costumes. Ventura diz-lhes em alta-voz tudo o que eles gostam de ouvir mas nunca ousam articular, salvo sob anonimato, na caixa de comentários do correiodamanha.
Apóstolo do benfiquismo, biógrafo oficial do Luis Filipe Vieira, primo de Pedro Guerra e afilhado de Rui Gomes da Silva, Ventura até escreve livros a quatro mãos com a taralhóloga Maya - mas não é um águia, é um batráquio - um batráquio que é porta-voz do trumpismo saloio e candidato natural dos batráquios.
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1 comentário:

vespa@venenosa disse...

Perfeito, não acrescentaria uma vírgula!