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quinta-feira, 8 de setembro de 2016

Champalimaud e o mérito

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“A Ordem do Mérito é uma ordem honorífica portuguesa que visa distinguir actos ou serviços meritórios que revelem desinteresse e abnegação em favor da colectividade, praticados no exercício de quaisquer funções, públicas ou privadas.”
Na sua longa lista de distinguidos constam nomes como Fernando Tordo, José Maria Pedroto, Stanley Ho e Zé Pedro, kalú, Tim e Gui. Coisa séria, portanto.
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A estes abnegados nomes veio juntar-se agora o de António Champalimaud. 
É verdade. O presidente da república acabar de conceder-lhe, a título póstumo, a Grã-Cruz da Ordem do Mérito. Marcelo foi ali à Fundação Champalimaud entregar pessoalmente as insígnias à filha do falecido. Após a entrega dos Prémios Champalimaud de visão 2016.
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António Champalimaud foi um dos milionários monopolistas favorecidos pelo regime de Salazar. Acumulou uma fortuna pornográfica baseada na exploração dos pobres, no favor (do estado) e no logro (da própria família, de sócios e de concorrentes). No fim da vida deu-lhe para a filantropia e criou uma fundação benemérita, que garante aos herdeiros a fortuna a salvo e o usufruto continuado (vitalício) de ajudas e isenções.
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 "Quis o destino que coubesse a quem algumas vezes louvou e algumas outras divergiu e criticou, como cidadão, o empresário e o cidadão António Champalimaud o assumir a responsabilidade nacional de realçar e galardoar o benfeitor social António Champalimaud condecorando-o a título póstumo com a Grã-Cruz da Ordem do Mérito", afirmou Marcelo.
Foi portanto o destino. São ambos predestinados. É isso que têm aliás em comum o presidente e o milionário; além do mérito, claro.

Não será pois de admirar nada que, mais ano menos ano, Marcelo seja contemplado com o prémio Champalimaud de visão.
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1 comentário:

O Puma disse...

Não vejo nada?
Ceguinho é o cão