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Miguel Albuquerque, o “governador” da região autónoma da
Madeira parece a antítese do seu antecessor. Ao contrário do estilo de
taberneiro colérico de Alberto João Jardim, o de Albuquerque parece quase o de um
gentil-homem. Há ali contudo - na pose estudada, na voz pausada e no olho claro e obscuro - um certo
ar blasé de galã decadente, de telenovela,
que nunca me convenceu.
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“A situação está
complicada, mas não é catrastrófica” dizia ele, trocando as mãos pelos pés,
enquanto afagava a melena e a Madeira ardia. Hoje, a sua bela capital já não
cheira ao funcho que encantou os descobridores. Agora cheira a esturro.
Ora a situação é, de facto, catastrófica. Mas
não é nada complicada.
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A verdade é que as coisas só atingem as dimensões que
conhecemos porque as pessoas escolhem para governantes sujeitos com os
predicados do senhor Albuquerque. No fim, têm o que merecem - acontece-lhes o
mesmo que à loura nas telenovelas:
acabam sempre nas mãos do canastrão, o cafageste.
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1 comentário:
É assim… a desgraça fomenta a solidariedade que é o máximo da condição humana, andamos todos muito tristes mas cada vez mais cooperantes e amigos. O Ronaldo também está triste e o Marcelo dá muitos abraços e beijinhos aos que ficaram sem nada. Há coisa mais linda!?
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