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É o mais velho dos candidatos, mas nem por isso o menos
voluntarioso. Foi o primeiro a anunciar a sua candidatura.
Henrique Neto nasceu há 79 anos no Beco do Carrasco, à Rua do
Poço dos Negros em Lisboa, filho de um polícia da Marinha Grande. Já foi
operário e comunista e empresário e socialista.
Agora, que está aposentado, quer ser presidente. Parece-me razoável. Seria, no
culminar de uma vida sempre a subir, a cerveja no topingue - uma espécie de
“do cabaré para o convento”, ou lá o
que é.
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Mas Neto propõe “uma
nova república”. Nem menos. Seria uma república
empresarial, certamente. Sim,
porque Neto tem soluções para tudo - empresariais, claro. Enquanto outros
visitam asilos, Neto visita empresas. Para ele um país sem estratégia é um país sem rumo.
Parece-me que ele leu o Sun Tzu para tótós que a madrassa da católica dá a ler aos futuros
capitães-do-mato da alta-finança e pensa que percebeu o sentido da vida.
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Mas
não estou certo que ele não se tenha enganado na eleição. Receio que ele pense
que o presidente da República lidera o governo. O que não é de admirar - a sua candidatura é apoiada, entre outros notáveis, por Medina Carreira e
Nuno Crato. Dois vultos, como dizia o grande Zé Viana, “de alta cravadeira intelectual”.
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A verdade é que, na capital
portuguesa do vidro (uma das mais magníficas substâncias inventadas pelo homem)
Neto enriqueceu a vender plástico.
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2 comentários:
"Candidato à Presidência da República" fica bem no currículo; deve ser só isso.
Tartarugo?
A mim, parece-me mais um cágado!
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