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A velha direita portuguesa está de volta. Está de volta a
uma linguagem abertamente exclusivista, ao seu direito natural ao privilégio e ao mando, à sua retórica inflamada
de virgem maria e de deus nosso senhor e da pátria e da família.
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Isto já é patente até na campanha alegre de Marcelo Rebelo
de Sousa. O douto professor de direito arrasta consigo operadores de câmara
para dentro de igrejas durante o ofício religioso, confessa que reza o terço todos
os dias e que por cada dez pecados comete três boas acções. Nem mais.
Agora, a direita prepara-se para comemorar o vintecincodenovembro. Segundo o jornal
Sol, o Pàf e alguns movimentos católicos
preparam-se para não deixar passar em claro a evocação de tão pia efeméride.
Aguarda-se portanto festa rija. Hão-de convocar os Arrojas e os CésardasNeves e os veteranos da fonte luminosa; e os jovens turcos do
liberal-catolicismo; e até os velhos zombies dos santos, mártires e heróis da causa.
Coisa linda. Um verdadeiro arraial. Já começaram os atentados contra sedes de partidos que se
lhe opõem.
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Agora já não é só contra os comunistas; estes já sabem o que a casa
gasta. O PS e o Bloco que ponham as barbas de molho. Vem aí nova cruzada.
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