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No passado dia 17 cumpriram-se 79 anos do pronunciamento
militar que deu origem à guerra civil de Espanha*.
Três anos e mais de quatrocentos mil mortos depois venceria
o lado direito da coisa, liderado pelo generalíssimo
Francisco Franco (de quem já falei aqui) que, não desfazendo, haveria ainda – durante
os quarenta anos seguintes - de tirar a vida a mais dois milhões dos seus
concidadãos e de obrigar outros tantos ao exílio.
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De qualquer modo, nem tudo é triste. Este ano também é
uma efeméride redondinha e feliz: faz quarenta anos exactos do generalíssimo passamento. Na cama. Depois
de uma loonga agonia. Por la Gracia de Diós,
coño.
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*O meu avô João, que por lá andava a fazer pla vida, teve
que alinhar. E alinhou, para meu grande orgulho e satisfação, pelo lado certo, o
que perdeu.
O meu avô sobreviveu, mas não gostava de falar nisso. Refugiado em
França, daí foi expatriado de volta ao nosso querido, imperturbável e, como
sempre, neutro Portugal. Depois disso,
teve uma vida atribulada e inquieta (persona
non grata em Espanha por quarenta anos, imagino o que sentia ao atravessar
esse grande país em trânsito para França, onde trabalhou durante os anos
cinquenta e o início dos setenta).
Mas ainda pôde assistir, calma e penso que
alegremente, de longe, ao longo desenlace da triste vida do generalíssimo de los ejercitos, caudillo de España
y de la Cruzada.
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