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Rir de tudo é de
tontos; não rir de nada é de estúpidos
Erasmo
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Apesar de achar o humor um bela panaceia para a vida, a
verdade é que ele é inacessível a uma vasta gama de pessoas. Isto é, há gente
cujo riso não passa pelo entendimento - o seu cerebrosinho blindado é
inexpugnável tanto à mais fina ironia como ao mais espesso sarcasmo. O problema
é que é gente que não se cala, busca sempre a última palavra; e há deles que até
o fazem com inefável espírito circunspecto
e rasteira elevação. Só visto.
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Para Balzac, “a estupidez tem duas maneiras de ser: ou se
cala ou fala. A estupidez muda é suportável”. Mas eu não tenho ilusões; sei
que é impossível calá-la. A “estupidez
muda” é um sonho lindo mas inexequível, uma quimera. Tal como a quadratura
do círculo, a reencarnação ou a sociedade sem classes, ela
é uma utopia, uma “impossibilidade matemática” - ou seja, um problema “com mais incógnitas do que equações”.
Mas há mais. E pior – há “impossibilidades matemáticas paradoxais”, que são aquelas que
já nascem resolvidas: é impossível, por exemplo, explicar a estupidez a um
imbecil, ou discutir religião com um convertido, ou política com um prosélito –
porque eles já têm a solução.
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O único remédio é resignar. Deixá-los falar. Quiçá
até incentivá-los. Com uma boa e velha expressão popular figueirense.
Depois de lançados, são imparáveis.
Bem sei que é diversão que deve parecer pouco edificante. Que se foda.
Antes isso do que chorar.
Bem sei que é diversão que deve parecer pouco edificante. Que se foda.
Antes isso do que chorar.
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1 comentário:
Bela terapia. Enchi o papo. A mediocridade não passará!
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