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Carlos Silva, o secretário-geral da União Geral de Trabalhadores
tem um curioso conceito de “contrato social”.
É assim:
jornal i - Quando
chegou a secretário-geral impôs limites para a preservação do acordo
tri-partido. Nos últimos meses esses limites já foram ultrapassados?
Carlos Silva - Claramente. Mas o acordo
mantém-se porque nem sequer foi cumprido por parte do governo (...).
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O que significa, se bem entendi, que para este representante de trabalhadores, uma das
razões para a sua organização honrar um compromisso é o facto de a entidade com
quem o celebrou não o fazer.
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É preciso que se diga que o inenarrável Carlos Silva
sucedeu ao inexplicável João Proença (sobre quem já me debrucei aqui) na
liderança da UGT - não sem antes pedir, muito deferentemente permissão à sua entidade patronal, o excelentíssimo
doutor Ricardo Salgado. E que a UGT é uma curiosa e peculiar organização de trabalhadores que subscreve invariavelmente todos os
pressupostos das propostas dos empresários em sede de negociação. A sua simples
existência torna aliás, bastante redundante a da organização patronal com quem “negoceia”.
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No entanto, esta aparente e espampanante contradição da união geral de trabalhadores (isto é, a
sua capacidade de mimetizar os pontos de vista empresariais) talvez se
explique, muito prosaicamente, pela consanguinidade: António Saraiva, o
actual líder da principal organização patronal já foi, afinal, um dos seus afiliados. Ou seja, é uma questão de ADN.
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