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O pedante
é um imbecil adulterado pela educação
Miguel
de Unamuno
A classe dirigente portuguesa usa invariavelmente um
discurso urbano e uma pose de ponderação, sensatez e aparente comedimento
reflectido.
No entanto, alguns dos seus mais destacados protagonistas
vêm revelando à outrance, os seus
verdadeiros instintos. Cada vez mais à vontade, sempre que abrem a boca saem-lhes
cândidamente, aos borbotões, autênticas pérolas negras cujo brilho ilumina os
mais recônditos refêgos da suas almas boçais.
É o caso de Aguiar-Branco, o ministro da Defesa.
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Já há dois anos o país
inteiro salivou, impressionado, com a sua inusitada verve enciclopédica. Em
2010, no seu discurso do 25 de Abril conseguiu, entre um arroubo de erudição google e um assomo de um sentido de humor tão
equívoco e tortuoso como pretensamente sofisticado,
defender o liberalismo mais esgrouviado com o recurso a citações de marxistas,
leninistas, integralistas e até de cantores populares.
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Agora, na abertura do ano académico do Instituto de Defesa
Nacional, em Lisboa,.defendeu
a revisão da Constituição porque “existe em Portugal a tentação do
estado-totalitário”. Segundo
Aguiar-Branco, “o estado-social absorve
a sociedade ao ponto de se tornar totalitário”. Nem é preciso dizer que foi
precedido por António Barreto (sobre quem já me debrucei aqui) que na sua
prelecção aos mancebos, também defendeu, claro, que se abrasasse de imediato com o estado-social, perdão, uma “profuuunda revisão da constituição”.
Não há como ouvi-los
falar. Se um diz Mata, outro diz Esfola.
Assim se instruem os mancebos em Portugal.
Assim se instruem os mancebos em Portugal.
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2 comentários:
Este ministro é estrábico
vão-se repetindo e na repetição esperam que a mentira se torne verdade.
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