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quinta-feira, 17 de outubro de 2013

Vinicius de Moraes (1913-1980)

Soneto de Fidelidade
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De tudo ao meu amor serei atento
Antes, e com tal zelo, e sempre, e tanto
Que mesmo em face do maior encanto
Dele se encante mais meu pensamento.

Quero vivê-lo em cada vão momento
E em seu louvor hei de espalhar meu canto
E rir meu riso e derramar meu pranto
Ao seu pesar ou seu contentamento

E assim, quando mais tarde me procure
Quem sabe a morte, angústia de quem vive
Quem sabe a solidão, fim de quem ama

Eu possa me dizer do amor (que tive):
Que não seja imortal, posto que é chama
Mas que seja infinito enquanto dure.



Vinicius de Moraes, "Antologia Poética", Rio de Janeiro, 1960
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2 comentários:

Rogério G.V. Pereira disse...

O infinito durou-lhe tantas vezes
Quantas se lhe acendeu a chama

(Cada vez acho
mais destreza no teu traço)

Abraço

cid simoes disse...

O poema é lindo e o poeta está genial.