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Os dias que correm são excessivos; contraditórios. Caricaturais.
E têm os seus protagonistas. Senão vejam:
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-Miguel Sousa Tavares (uma aventesma do regime, que já
retratei aqui) resolveu chamar palhaço ao Cavaco. Até aqui tudo bem,
direis vós. Pois bem.
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-O pobre bobo enxovalhado queixou-se ao Ministério
Público e este lá teve que cumprir os protocóis: abrir um inquérito, ou lá o
que é.
Então não é que o corajoso cidadão entrevistado do Negócios (tem tão explícitas opiniões
sobre a nata da nossa sociedade que acha que as nossas elites morreram todas em
Alcácer Quibir) já veio reconhecer que se excedeu e até aventou que a culpa poderá
quiçá ter sido do entrevistador, enfim que aquilo veio na sequência da conversa
que é como as cerejas e tal, não sei se tão a ver.
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-Um deputadinho de um partido de direita que aprovou garbosamente
a Constituição de 1976 e que agora está coligado com outro (que nessa ocasião se
absteve mas que votou a favor de todas as suas revisões posteriores) acha que
os meninos nas escolas devem ser preservados do contacto com a Constituição da
República porque ela é ideologicamente direcionada,
ou lá o que é.
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- Eu já estava habituado às caricaturas do Alcides,
o meu limoeiro mais cómico (que já mostrei aqui) mas Honório, o meu outro limoeiro,
o mais circunspecto, resolveu também fazer uma caricatura.
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Todavia, embora ele a tenha feito de propósito, ela não passa de um ingénuo capricho da natureza: tem
o encanto da mais pura diversão. As outras, involuntárias, são venais, patéticas e deprimentes
– autênticos prodígios da estupidez humana.
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1 comentário:
Logo por acaso o senhor Sousa amanda essa boca precisamente quando lançam mais uma das suas escrevinhices. Ganda golpe!
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