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O tour-de-force
que, nas redes figueirinhas do Face-Book, tentou impor Urbano Pinto, o bobo da
corte noctívaga local, para rei do
carnaval não logrou sensibilizar os doutos decisores do grande
turismo da praia da Claridade. Estes não o julgaram com dignidade suficiente para tão
circunspecto evento. Em tempo de crise e em vez de um autêntico bobo preferiram
um simples idiota, embora cínico mas bem mais mediático que, para gáudio alarve
da populaça, em troca de uma soma pornográfica não se importou de fazer de bobo
pelo tempo de um desfile, ou dois.
Confesso que o que inicialmente me pareceu uma
bem-humorada pândega para debochar o patético entrudo figueirinhas, o movimento
“Queremos Urbano Pinto a rei do Carnaval”, depressa se revelou algo muito mais sério – sem ponta de graça – uma espécie
de movimento fundamentalista bastante abrangente (chegou a juntar seiscentos e
tal laiques) em defesa acrisolada da pureza imaculada dos valores regionais figueirinhas
e da genuinidade imbecil do seu rei mômo contra os perversos reis mômos vindos
de fora, pagos a peso de ouro pela malvadez corrompida dos malvados decisores da Figueira-Grande-Turismo.
Ou seja, o que no princípio me parecia sinal de algum
sentido de humor enfim, de alguma vida inteligente, depressa se revelou um fórum
de labregos semi-analfabetos e envaidecidos da sua hereditariedade. Fui
descomposto por uma menina analfabeta de apelido sonante e consoantes dobradas
que se sentiu ultrajada por que lhes chamei “pândegos” e por achar que “caralho”
é um palavrão. Enfim, fiquei elucidado sobre o género de causa que mobiliza a
cidadania figueirense nas redes sociais.
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Agora contudo que o carnaval das autárquicas se aproxima,
já se perfilam as habituais candidaturas que, como de costume, propõem natural
e alegremente mais do mesmo ao bom povo que aprecia obra feita, merdas bonitas, sorrisinhos fótóxope, carnavais sérios, aventais de plástico e reis
mômos impantes de dignidade.
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A mais idiota de todas estas candidaturas é porém a do santanéte Miguel Almeida. Miguel, como
eu penso que demonstrei aqui e aqui, não é um simples idiota. É um
autêntico cretino, um verdadeiro asno. Um profissional, portanto. Para aferir
isto, nada melhor do que ver como ele se expressa, por escrito. Por exemplo, no seu blogue. Fui ver e, para além de um
voluntarismo ingenuamente bacôco e egomaníaco, o seu discurso bisonho e
paroquial está repleto de lugares-comuns, alguma esperteza saloia, imensas
banalidades e erros ortográficos: logo no post mais recente fui agredido pela “metrologia”, que me impediu de o ler até
ao fim. Combalido, ainda tentei ler o seguinte mas desisti quando fiquei a
saber da “primeira vez” que conheceu Pedro Santana Lopes porque deduzi que a
vida social do pobre diabo deve ser um tanto entediante, de repetitiva.
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Foi então que cheguei à conclusão que não compreendo porque
uma populaça - que acha que a seriedade
do carnaval e a dignidade do rei mômo
são uma questão de prestígio regional,
que se queixa dos políticos mas não vê alternativa credível ao rotativismo
repetitivo e que já elegeu uma anta como Miguel Almeida vereador e até deputado* -
não elege Urbano Pinto para presidente.
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Com um verdadeiro bobo a presidente, a animação seria permanente. Mais simples sei lá, mais pura. Mais autêntica. Sem o cinismo
velhaco e pretensioso deste género de idiotas.
Agora sim, faria sentido uma vaga de fundo – no Face-Book ou ailleurs
-que levasse o pobre Urbano ao lugar – esse sim - que lhe é devido, com todo o
merecimento.
O non-sense
faria enfim algum sentido.
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*deputados são uns senhores que propõem, discutem,
aprovam e redigem as leis porque a populaça se rege.
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