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Honoré
Daumier foi um dos mais notáveis artistas franceses do século
dezanove. Gravador, pintor, ilustrador e escultor, foi um desenhador compulsivo
e torrencial, produziu mais de quatro mil litografias e quinhentas pinturas mas
é conhecido ainda hoje sobretudo como “caricaturista”. Tanto, que lhe chamaram,
no seu tempo, o “Miguel Ângelo da caricatura”.
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E foi, de facto, Honoré Daumier que transformou a
caricatura de imprensa numa arma política. E foi ele também um dos primeiros a
demonstrar, sistemática e metodicamente, como a usar de forma contundente (veja-se
como ele representou, por exemplo, a nossa guerra civil de 1831-1834). Quando foi
aprovada uma lei de censura que restringia fortemente as liberdades da sátira
política (Daumier foi o único caricaturista que cumpriu prisão em toda a
história da imprensa francesa) dedicou-se à caricatura de costumes - veja-se o que ele fez, em gravura, com les gens de la Justice e com les bons bourgeois ou, em escultura, com as 36 “celebrités du juste milieu” (uma
colecção de bustos caricaturais de eminências políticas do “arco da governação” da sua época).
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