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No Alentejo as pessoas transportam apelidos, alguns bem
pouco usuais para não dizer pitorescos, que derivam certamente de alcunhas bastante
eloquentes sobre o género de actividades a que se dedicavam os seus coevos. Existem
por exemplo os Pau-Grosso, os Negreiros, os Cobra, os Borracho, os Serradura, os Pinoca, os Sim-Sim, os Zabumba, os Penetra etc., etc. Assim, se um alentejano hodierno der pelo
apelido de “Conas” é bastante plausível que um qualquer antepassado seu se
tenha dedicado com alguma proficiência a actividades sei lá, ligadas à ginecologia
ou assim.
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Carlos
Moedas, o secretário de estado da Troyka, foi eleito deputado
pelo círculo de Beja. Do seu apelido alentejano é bem possível, com alguma bonomia,
entrever um Moedas de antanho especialista em numismática, mas pelas idiossincrasias
do rapaz o mais provável mesmo é ter havido na sua mais ou menos remota ascendência
um interesse muito mais do que académico, uma fixação explícita, pelo contado,
ou mais prosaicamente, pelo vil metal.
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Todavia o rapaz moedas é dotado. O secretário Moedas não
é um secretário qualquer. É o secretário de estado da troyka. Tem assento no
conselho de ministros e despacha com o seu compincha, o Borgia das privatarias, com quem já aprendeu imenso na área das “fusões”
e “aquisições”. São ambos rapazes Goldman Sachs.
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E ainda estão só a começar. Se os portugueses os deixarem “trabalhar”, como pretende o presidente
da república, um algarvio apelidado Cavaco,
quando eles acabarem, todo o país estará privatizado. Então, à excepção de umas
quantas famílias conhecidas, todos os outros portugueses responderemos pelo
mesmo apelido: os Fodidos.
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1 comentário:
E eu acrescentaria ...E MAL PAGOS.
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