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segunda-feira, 3 de novembro de 2008

o (outro) prodígio de Baltimore

Amanhã, na grande América digladiam-se dois projectos políticos supostamente antagónicos. Ambos os protagonistas se apresentam como modelos de virtudes cívicas e até domésticas. Um é um “herói de guerra” e o outro até “telefona todos os dias aos filhos”. Nunca nenhum deles jamais mijou num lavatório. Nem cuspiu na sopa. Nem pulou a cerca. E se por acaso alguma vez fumaram, de certeza que nunca inalaram. Pois.
No meio desta espécie de jogos florais de meninos de coro e deste festival feérico de hipocrisia, cinismo e idiotia crédula, ocorre-me um americano, de Baltimore, que morreu antes de concretizar o seu projecto de candidatura à presidência do seu país.
Frank Zappa nunca condescendeu com o politicamente correcto. Toda a sua carreira de músico foi um incessante e inteligente combate contra a palermice convencionada e conveniente. A sua arma era o talento. As munições: a música e o humor. O seu combate às ideias feitas começou na sua área, a música. A sua imaginação inconformista alargou-o à política e à vida - que foi interrompida por um vil atentado: um filho da puta de um cancro na próstata.
Se eu acreditasse em teorias da conspiração….



O tio Frank achava que todo o mundo devia poder votar na eleição americana porque a América se mete na vida de todo o mundo. Parece-me um tanto arriscado, mas bastante óbvio.
Eu votaria nele. De peito aberto e olhos fechados.
Parece-me sensato um tipo que diz que “without deviation from the norm, progress is not possible”.
É todo um programa.
Viva Zappa.

1 comentário:

Vitor Guerreiro disse...

Grande senhor este.

Acabo de ouvir o album do Pierre Boulez a dirigir partituras do hombre.

Abraço