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quarta-feira, 29 de outubro de 2008

a qualificação de Lídio



Era uma vez um prometedor político local que estudava os dossiês, tinha uma apreciável experiência e era mesmo um dos raros vereadores que tinha mais do que uma vaga ideia do que falava quando falava do que quer que fosse.
Ultimamente falava-se mesmo nele como o muito possível candidato do seu partido à Câmara Municipal da Figueira da Foz.
Talvez por isso tenha decidido adquirir a qualificação que, aos olhos dos potenciais eleitores, lhe faltava: o grau académico.
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Sim, porque os portugueses apreciam muito a qualificação. Sempre apreciaram. Pensam que lhes proporciona, enfim, uma certa nobreza. Enfim, um vago pedigree. Talvez mesmo um je ne sais quoi ou assim. Deduzem que uma qualificação reconhecida lhes traz mais distinção do que um verdadeiro conhecimento adquirido. Antigamente adquiriam-na (a qualificação) comprando títulos a viscondes ou marqueses arruinados. Agora adquirem-na fazendo favores a universidades desqualificadas.
Podem fazê-lo ao Domingo por via telefónica, como o nosso primeiro-ministro, ou, como parece ser o caso de Lídio Lopes, por correspondência e via conjugal. Numa universidade independente ou numa internacional.

É claro que não sou ingénuo para não ter noção das implicações políticas da oportunidade da denúncia, da pertinência da abertura do inquérito e do timing da publicação da “notícia”.
Porque não são despiciendos, no desenrolar desta estória, o papel de certa imprensa cujo critério de publicação de notícias não tem necessariamente que ver com a verdade, antes com uma certa liberdade de informação(!); e o papel da polícia, que continua (na senda da mui vetusta tradição da santíssima inquisição) abrindo inquéritos ao ritmo da entrada de denúncias anónimas.
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Mas também é claro que esta estória tem todos os ingredientes e condimentos que fazem o caldo de cultura em que marina o nosso atraso: uma pretensão saloia ou uma arrogante ingenuidade polvilhada por uma cobardia cívica q. b. que se manifesta copiosamente nos mentideros e na blogosfera anónima, com os seus esconsos ajustes de contas vingativos, invejosos ou despeitados. O que resulta numa cidadania de opereta.
Quanto a mim, reservo-me o modesto papel do desenhador que ilustra uma simples crónica de costumes.
Claro que assinando em baixo, como de costume.
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3 comentários:

Anónimo disse...

O problema consiste em haver na web mais diplomas à venda esperando dar um diploma a quem tenha um cartão de crédito.
The problem is there are plenty more diploma mills on the web, willing to graduate anyone with a credit card.
È de lembar o diploma que compramos na Universidade de Rocheville para um procurado terrorista?

Remember the degree we bought from Rocheville University for a wanted terrorist?
Nós tentamos encontrarcontactar, Rocheville University, pelo que mandámos correio electrónico para o referido sítio e re cemos uma resposta automatica que nos dizia:
We tried to find Rocheville, sent e-mails to the site and got an automated response telling us,
O nosso tutor de estudante entrará brevemente em contacto consigo"Our student counselor," would contact us soon.
O que nunca aconteceu. O diploma por sua vez foi –nos enviado dos Emirados Arabes Unidos
It never happened. The diploma itself was mailed from the United Arab Emirates.
Rocheville web sitese emails tem links para Carachi, Paquistão, Sarasota,Flórida, um ueb site anfitriãoem Atlanta e um web endereço biling num edificio largamente abandonado em Dover, Delaware
Rocheville related Web sites and emails have links to Karachi, Pakistan, Sarasota, Florida, a web hosting site in Atlanta, and a web billing address in this largely abandoned building in Dover, Delaware.


Não se conseguiu encontrar nenhuma evidência da existência da Rochevile University em qualquer um destes locais.
We couldn't find evidence of Rocheville University at any of these locations. (on camera)
Isto foi o maispróximo que estivemos de encontar
A Universidade de Rocheville : o seu nome está registado em nome do Senhor. Joseph Lee no seu apartamentoconstruido nos aredores de Boston: Site 401.


This is as close as we have come to finding Rocheville University. Its domain name is registered to Mr. Joseph Lee in this apartment building outside of Boston. Suite 401
O problema é que não conseguimos encontrar ninguém que alguma vez tenha ouvido falar na universidade ou no Senhor Joseph Lee, e o administrador declarou que nem sequer existia uma suite com aquele número (401)
. The problem is, nobody we could find ever heard of the university, ever heard of Joseph Lee, and the manager says there's not even a suite by that number. (voice-over):
tanto quanto sabemos Rocheville University continua ainda por aí, ainda à espera de vender certificados académicos a quem os possa comprar, mesmo a um bombista suspeito de pertencer à Al Qaeda com o nome de Omar.

As far as we know, Rocheville is still out there, still willing to award degrees to anyone willing to pay, even a suspected al Qaeda bomb maker named Omar.

Drew Griffin, CNN, Malden, Massachusetts.

Anónimo disse...

Excellent post I must say.. Simple but yet interesting and engaging.. Keep up the awesome work!

paxil

Anónimo disse...

Thank you for sharing the info. I found the details very helpful.

paxil