Nem de propósito: após o desgosto com os patos-bravos da novel especulação imobiliária angolana, eis que me chega uma outra estória sórdida e exemplar de estupidez, ignorância e cinismo.
Só que desta feita os causos passam-se, a exemplo do que referia no postal anterior, na capital do ex-império: “(…)o Metro de Lisboa, décadas depois de ter aceite, à borla, o trabalho da pintora Maria Keil para decorar duas das suas estações, resolveu achar que a obra estava fora de moda e avançou de picareta em riste para remodelar as estações em causa. Lá se foram os azulejos, escaqueirados e reduzidos a entulho. Depois a coisa ainda ficou pior: ao que parece, esta empresa pública (...) decidiu não compensar de forma alguma a artista pela agressão porque… o trabalho não tinha sido remunerado!”
Presumo que até mesmo estórias pouco edificantes como esta tenham alguma espécie de moral. Confesso que não vislumbro qual.
O que vislumbro talvez seja um aviso. Aos artistas de um país que os despreza profundamente.
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