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domingo, 23 de abril de 2023

O jornalismo de merda “especializado”

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Germano Almeida é jornalista “há quase três décadas” e dedicou “parte dos últimos vinte anos a analisar ao detalhe” a política norte-americana, sobre a qual até já publicou uma porção de livros e tudo. Germaninho é a prova viva daquela expressão popular segundo a qual “de pequenino se torce o pepino” pois começou a sua carreira profissional com apenas quinze anos, em 1993, no jornal “A Bola”. Trata-se, portanto, de um espécimen autêntico, completo e acabado, de pepino perfeitamente retorcido.

A bola é, também, além da plítica norte-americana, outra das suas especialidades. Germano trabalha desde 2017, na Federação Portuguesa de Futebol, como “project manager” no gabinete executivo. Também foi, entre 2015 e 2016, Diretor de Comunicação da Liga Portuguesa de Futebol Profissional.
Agora é “analista de dados” no gabinete do CEO da FPF, desde Março de 2017. E Comentador da SIC, desde outubro de 2020.

Foi, contudo, a sua, sempre muito ansiosa e arquejante, prestação como comentador da actualidade e “especialista em assuntos internacionais” na SIC, que me chamou a atenção. Germano, como todos os analistas do jornalismo de merda de referência, além de dar opiniões e ditar sentenças, gosta de fazer previsões. Em 2019, por exemplo, Germano previu que o “regime de Nicolás Maduro” estava prestes a cair.

Germaninho faz-me lembrar aqueles cientistas que de tanto estudarem vermes começam a gostar tanto deles que acabam a achar que estes são a quintessência da evolução. Germano passou tantos anos (quase trinta) a analisar ao detalhe a plítica norte-americana que, num curioso “fenómeno de identificação”, ficou tão ingénuo como os gringos. Os americanos gostam de pensar que são a espécie no topo da cadeia alimentar e Germano gosta de pensar como eles. Suponho que Germano pensa que, ele próprio, é americano. Germano fala como um deles. Germano devia até mudar de nome. Podia, sei lá, passar a chamar-se Americano Almeida. Ou Ianque Almeida, ou até mesmo, porque não, Almeida Jackass.

Germano, por exemplo, não concebe que haja países que têm interesses que não são os dos americanos e que agem em função disso mesmo. Como é que isso é possível? - não lhes entra na cabeçorra. Por isso é que de cada vez que Lula da Silva diz qualquer coisa, Germano proclama-se publicamente desiludido, coitadinho.

Germano não concebe sequer que o seu próprio país possa ter outra política externa que não seja a mais sabuja, sempiterna e mui auto-satisfeita submissão aos interesses dos americanos. Receio que seja esta a sua tábula rasa.

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Os dados referidos acima são públicos. Foram todos catados do Linkedin do Germano.

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