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Em 2017, Isaltino Morais tinha saído da Carregueira, onde havia cumprido uma pena de cinco anos, e preparava-se para se candidatar de novo à presidência do município de Oeiras. Na altura, editei esta mesma caricatura, ilustrada com a seguinte legenda:
“O candidato à Câmara Municipal de Oeiras disse a um jornal que, e cito
textualmente: “a prisão deixou-me ainda mais preparado para ser autarca”.
Assim. Nem mais nem menos.
Ora tomando como certo que foi a sua actividade como autarca-modelo que o deixou preparado para a cadeia, também será legítimo supor que, caso seja eleito, isso deixá-lo-á ainda mais preparado para voltar de novo à Carregueira, como detido-modelo. E assim sucessivamente.
A vida de Isaltino é um círculo – vicioso; ou virtuoso, dados os
seus pruridos de perfeccionismo e de excelência.”
Tal como receei, Isaltino foi re-eleito e depois re-re-eleito. Sempre com maiorias absolutas cada vez mais confortáveis. Todavia, como era também fácil de prever, está outra vez na iminência de ir dentro. Por prevaricação, outra vez. E outra vez por ter prejudicado a sua autarquia em milhões de euros. A vida de Isaltino é mesmo um círculo, patológico. Ou um circo triste.
A verdade, porém, é que se houvesse justiça neste mundo, Isaltino não seria detido sozinho.
Isto dito, é de acrescentar que é uma lástima que a maioria absoluta da
população adulta de Oeiras não caiba, também, na Carregueira.
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