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Há meninas, porqueiras, calondros, cabaças, manteiga, gilas,
de pescoço, italianas, francesas, libanesas, até japonesas, mas todas oriundas
da américa central. Curiosamente, há quem acredite que umas são superiores às
outras. Por isso fazem concursos de abóboras – mais ou menos como os de misses
- porque também há quem acredite que há mulheres superiores às outras. Trata-se,
receio, muito mais de uma pulsão do que de uma decisão racional. É
tudo gente de muita fé, que acredita em tudo, mas sobretudo na competitividade.
Sim, porque são imensamente competitivos, entre eles.
Indiferentes porém a este frenesim de imbecilidade, as abóboras em
geral crescem lado a lado, ou cada uma no seu terroir, despreocupadas e sem
grandes pruridos competitivos - limitam-se a ser redondas ou oblongas, lisas ou
em gomos, glaucas ou douradas, num regalo para a vista.
Entretanto, a pulsão de estupidez natural e irracional atingiu o grau mais
elevado do competitivismo, o supremacismo himself. E a coisa entrou numa
vertigem delirante. Todos querem agora mostrar quem é mais coirão, racista e
idiota do que a Fátima Bonifácio. Esta, convenhamos, é bastante racista. O
cómico e entertainer João Miguel Tavares, não desmerecendo do seu público-alvo, é
igualmente idiota e coirão. A competição, notoriamente redundante, indagora
começou.
No entanto, à pergunta - “há um supremacista superior?,”
a resposta óbvia é - “Não”. Porque eles são todos iguais.
A verdade é que, ao contrário das abóboras na sua imensa
diversidade os supremacistas são todos da mesma estirpe. Estão uns para os
outros na mesma imbecilidade. Mas não sabem. Se soubessem, perdiam o único sentido
que acham para a vida.
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