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quinta-feira, 5 de janeiro de 2017

Mathias Énard

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O ano de 2016 foi um ano de merda. Mas foi, como também são todos, um ano de descobertas para quem lhe sobreviveu . Uma delas foi, para mim, a de um grande escritor. Mathias Énard. Há quem o compare a Balzac, a Malraux, a Céline, a Joyce, até a Homero. Tretas. Eu acho que se trata de um caso único. De outro caso. Um Caso à parte.
Torrencial, erudito, inventivo na linguagem, ousado na forma, ambicioso na atitude com que encara a literatura como obra de arte total, Énard foi para mim a revelação de que esta pode ser algo bem mais elevado do que a pessegada fácil e sentimental que se vende nos entrepostos grossistas de papel que agora passam por livrarias e nas grandes superfícies.

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Leiam. A Dom Quixote já lhe editou em português pelo menos Zona, Fala-lhes de batalhas, de reis e de elefantes e, mais recentemente, Bússola. O rapaz (é mais novo do que eu, o cabrãozinho) é dos bons. Vão por mim.
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