Um homem com um garfo numa terra de
sopas, bebe e come com as mãos, porque o garfo não lhe serve para nada,
nem nunca lhe irá servir, e essas mãos são tudo o que tem, da mesma maneira que
o ser humano na vida apenas tem a sua honestidade para a viver. Há
muitas terras cheias de sopa, carregadas de cores, convidando-te com cantos de
sereia, oportunidades, êxitos, luxos... mas a única colher para apurar a
existência reside em nós mesmos. Mãos e coração.
Gonzalo Torrente-Ballester
Un hombre con un tenedor en una tierra de sopas,
Madrid: Bruño, 1998.
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