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Confesso que não sei muito sobre Sampaio da Nóvoa.
O facto de “se rever” no generalíssimo Eanes e de ser apoiado por Mário Soares deixou-me,
reconheço, primeiro perplexo - depois apreensivo.
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Mas a verdade é que não pode ser mau de todo um homem que
um vira-casacas merdoso como Vital Moreira descreve como muito próximo das esquerdas radicais. Este pentelho caolho, grande
luminária do pensamento jurídico
português, acha mesmo (segurem-se) que Nóvoa pode vir a ser, se for eleito
presidente, um perigoso “trouble maker”
institicional, vejam bem.
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Depois de tal carta
de recomendação receio que os dados
já estejam lançados. Agora é
impossível a qualquer homem sensato não olhar para o senhor da Nóvoa com alguma
benevolência, senão mesmo com bastante simpatia.
Da minha parte já conquistou, pelo menos, o benefício da
dúvida.
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- Este é o segundo retrato
que faço deste trambolho infeliz. O primeiro foi aqui.
Se no entanto me perguntassem porquê a insistência em fixar
os traços de um estafermo, responderia, como o grande George Grosz, que se
trata "de um interesse digamos mais científico
do que própriamente artístico".
É que, como referi nesta posta (a respeito de outro
rematado idiota), “tal como Leonardo (os grotescos), Velásquez (os bobos e os anões) ou Gericault (os alienados) perscrutaram
complexas psicopatologias no desenho de idiotas, também eu sinto uma
irreprimível, embora modesta, vertigem pelos abismos da alma humana”.
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2 comentários:
É que são mesmo abismos. Cuidado!
Se me for permitido usar o verbo e porque o enojamento também é um estado de alma que leva à compulsão pelo vernáculo: sinto-me vingado, caralho! Sinto-me vingado!
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