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Cada
terra tem seu uso e cada roca tem seu fuso. E é suposto que cada
candidato tenha também seu mandatário.
Na
Figueira da Foz, os candidatos têm por uso escolherem para
mandatário alguém que, a seus olhos, encarne o conceito de
prestígio que cultivam. De modo a que algum do suposto “prestígio”
do mandatário recaia sobre o mandatado. Acham que isso lhes trará o
sucesso.
O
“sucesso”, para os pacóvios locais, aproxima-se muito da ideia
que fazem de “prestígio”. Assim, o candidato almeida escolheu
para seu mandatário uma ex-vereadora sucialista que integrou
a equipa de Aguiar de Carvalho, cuja gestão o candidato almeida
combateu e considerava a origem de todos os males do concelho e
arredores.
Já
o seu adversário, o juiz Ataíde, acaba de escolher para seu
mandatário o escritor Gonçalo Cadilhe. O sobrinho de Miguel
Cadilhe (de quem também já vos falei aqui). Sim, esse. O mesmo Gonçalo que há apenas quatro anos deu o
seu “apoio total” à lista de Duarte Silva, adversária de João
Ataíde, onde pontificava o actual candidato almeida.
-Confusos?
Eu explico.
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Gonçalo
Cadilhe é aquele tipo de escritor de causas fofas e bons sentimentos
que defende o ambiente e o património e que, de um modo muuito geral se
manifesta contra aquela ideia de urbanismo muito em voga em
autarquias dirigidas por políticos dos partidos do candidato almeida
e do candidato ataíde (digo de um modo muito geral porque ele não
se pode debruçar de modo muito particular sobre as peculiaridades do
urbanismo da sua terra natal por motivos profissionais - anda
sempre em viagem).
Surfista
amador, viajante profissional e escritor da moda, ele volta de quatro
em quatro anos à sua terra natal - para uma banhada nas frescas
águas do seu atlântico, para surfar a sua onda e, naturalmente,
apoiar o seu candidato.
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Em
2009, por exemplo, deu o seu “apoio total” a Duarte Silva - já
depois deste patrocinar (ou facilitar, ou assistir
sentado e não fazer nada contra) o repugnante negócio do Galante. E
também já depois de Duarte Silva assinar com os pés (com o
sinistro José Miguel Júdice) o nefando negócio que iria
transformar o Paço de Maiorca num hotel de charme e
o transformou num pesadelo assombrado pela estupidez.
Todavia
em 2013 Gonçalo viu algo em João Ataíde (o candidato contra quem
ele apoiou “totalmente” Duarte Silva em 2009) e por isso aceitou
mandatar a sua candidatura.
Pode ser que algum do seu prestígio
de escritor de sucesso se venha a derramar sobre o seu
mandatado. E que este venha a ter o mesmo sucesso que, sei lá,
Duarte Silva, em 2009.
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1 comentário:
Mandatário, será alguma aglutinação de manda+no+otário?
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