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quinta-feira, 10 de dezembro de 2009

O tremendismo



Há acontecimentos que têm colocado a Figueira da Foz no mapa das notícias e da actualidade, e sempre em momentos fracturantes da vida e da História da sociedade portuguesa.
A Figueira e o seu casino têm, desde há uns anos a esta parte, servido de, como dizer, “balão de ensaio” para “gestas” colectivas abrangentes, curiosamente sempre de feição “regeneradora”.
Senão vejamos:
- em 1967, o assalto à dependência do Banco de Portugal, por exemplo, foi uma curiosa paráfrase, anedótica e premonitória, dos anos seguintes, até hoje.
- em 1985, o patusco passeio de Cavaco à Figueira e ao seu Casino (no qual fez a rodagem do seu novo Citroën) foi o início de uma gesta regeneradora que prometeu tirar o país da cauda de Europa e o conduziu aonde ele está, por mérito próprio.
-em 1997, a Figueira e o seu eleitorado presciente foram os primeiros a reconhecer os méritos de Santana Lopes, esse grande visionário sem ideologia conhecida que, mais tarde, numa carreira fulgurante conquistou Lisboa e depois S. Bento. E ainda anda por aí.
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Portugal é um país pobre. Antigamente, no Natal, as famílias juntavam-se ao borralho e como não havia prendas, "o pai dava peidos e a gente ria-se.” Contudo já não é bem assim.
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O país continua pobre mas as pessoas conhecem mundo. Diz-se até que vivem acima das possibilidades. Na Figueira, por exemplo, de manhã fazem jogging na Avenida; passeiam-se, à tarde, no Centro-Comercial; depois, despem o fato informal e vão, de noite, às tertúlias do Casino: ouvir, entre suspiros, Medina Carreira arrotar.
A notícia é que já ninguém se ri. Aplaudem de pé.


O que, na Figueira e entre figueirenses, pode ser premonitório.

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