S.A.R. está na moda.
Os portugueses estão enlevados com D. Carlos.
Até o prof. Marcelo, um real republicano, acha que o monarca era um grande pintor (!), e um oceanógrafo de mérito. O presidente da República inaugurou-lhe um monumento. Em cascais.
O fenómeno editorial que acompanha este enlevo com a real figura demonstra bem que para os portugueses, à míngua de futuro, o passado é sempre radioso.
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Soube há dias, nas notícias, que o regicídio nunca foi esclarecido. O processo desapareceu dos arquivos do ministério da Justiça. A República, hoje, continua fiel aos seus pergaminhos. Quereis mais provas de verdadeira realeza?
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Estes esponsais são bem dignos um do outro.O boneco regista isso mesmo: uma espécie de “O casal Arnolfini”, o testemunho de um enlace, só que sem espelho nem cachorrinho, nem sentidos invertidos, nem mistérios. Que quereis, não é Van Eick quem quer.
Saiu assim uma espécie de Botero mais perverso, mais literal, o retrato possível do fascínio entre um passado radioso ideal e um real presente de opereta.
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1 comentário:
A mim fez-me lembrar bruni.
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