.

sexta-feira, 9 de setembro de 2022

Retrato de Carlos, o terceiro


 

.

Enquanto o nosso chefe d’estado fazia o impossível por nos embaraçar a todos, participando activa (e arteiramente) na campanha eleitoral de Jair Bolsonaro enquanto fingia, com aquele ar cândido de pérfida ingenuidade, que participava nas comemorações do bicentenário da independência do Brasil, na Escócia morria a Rainha da Inglaterra.

Não é todos os dias que morre um realejo desta envergadura e relevância. Relevância e envergadura que compõem a pièce de resistance que resume o que salta à vista deste magistral e monumental e definitivo retrato que um dia (certamente quando estava pachorrento) o grande Lucien Freud lhe fez.

(Lucien Freud, no seu atelier, dando os últimos retoques no monumental retrato de Isabel II)
 
Como tal e como para rei morto rei posto, eu tomei a liberdade de retratar o seguinte. Charles the third. Com o triste passamento da senhora sua mãe, Carlos, o terceiro, herda uma fortuna que lhe dava para acabar com a fome no mundo e no seu próprio país e arranja, finalmente, emprego – aos setenta e tal anos.

Não se trata, como julgo evidente, de nada de magistral, monumental e muito menos de definitivo. É apenas um apontamento. Afinal o reinado inda nem começou. Mas promete.

Aqui entre nós, já não é a primeira vez que retrato gente da realeja, enfim de mui alta estirpe e assim. Já uma vez, por exemplo, retratei el rey imérito de Espanha e S.A.R. o rei de Portugal (se quiserdes fazer o obséquio de seguir os linques, um está aqui, o outro ali). Não são nenhuns Lucien Freud, mas haveis de convir que também não estão nada mal.

.

Sem comentários: