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No passado 22 de Abril, Charles Mingus, “the
angry man of jazz”, teria completado cem anos, se não tivesse soçobrado aos
cinquenta e seis, em 1979, colhido pela esclerose lateral amiotrófica, a mesma foicinha estúpida, malévola e letal que também
levou o Zeca.
Mingus foi um génio turbulento, excêntrico e truculento e
um dos mais inspirados, exuberantes e pouco convencionais compositores,
arranjadores e instrumentistas do jazz, e da música de forma geral.
Multi-instrumentista (principalmente contra-baixista, mas também pianista,
trombonista e violoncelista) também era conhecido pelo seu comprometimento
anti-racista.
Uma feroz e irredutível intransigência em comprometer a sua
integridade artística e um certo número de experiências traumatizantes
ligadas ao racismo sempre provocaram nele, em palco e não só, numerosas e
temíveis erupções de cólera e violência física que lhe valeram a fama de homem-zangado
do jazz. Uma fama quase tão justa como o prestígio altivo, afirmativo, límpido
e sem concessões, da sua imensa música.
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1 comentário:
Desconhecia, Obrigado e... 25Abril, Sempre!
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