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domingo, 19 de fevereiro de 2012

A bomba de carnaval



A notícia caiu como uma bomba, no Carnaval.
Ou como uma bomba de carnaval: ninguém levou a mal. Na avenida, e na blogosfera local, ninguém comenta (à excepção do meu amigo Agostinho, que a noticiou). A Figueira da Foz, imperturbável, festeja o seu meio-carnaval, com o seu meio-rei e a sua meia-tolerância-de-ponto.
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Depois de seis anos de julgamento, o tribunal de Portimão deliberou condenar Aprígio Santos, o magnata figueirense do futebol e da especulação imobiliária, a dois anos de prisão (com pena suspensa) e 150 mil euros de multa por um crime de dano contra a natureza e sete crimes de desobediência. 
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Ou seja, Aprígio Santos, o mais destacado entrepreneur do conselho (a quem já dediquei duas postas, aqui e aqui) é, julgo poder-se agora dizê-lo com propriedade, um pulha.
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Mas é claro que a estória ainda não acabou. O que talvez explique a indiferença da avenida e o silêncio da blogosfera.
Agora, naturalmente, seguir-se-ão os recursos e o caralho. Até à absolvição. Ou prescrição. Que é como quem diz “até que se faça justiça”. É que Aprígio é, entre outras notáveis cousas, o único empresário figueirense que respondeu ao desafio do presidente da República e aderiu à campanha contra a exclusão social, integrando a associação Empresários pela Inclusão Social (EIS). Talvez os trâmites do processo se concluam a tempo de Cavaco o condecorar, a Dez de Junho, com, quem sabe, a Ordem do Mérito Industrial ou o caralho.
Ou, como dizia Luiz Pacheco, “puta que os pariu”.
Seja como for, será carnaval. Ninguém há-de levar a mal.
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