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quarta-feira, 6 de julho de 2011

O filhodaputismo



Já aqui falei daquilo a que chamo o tremendismo.
Trata-se, se me seguem, de um determinismo que é porfilhado por quase todos os nossos ex-gestores de ponta - enfim, a fina-flor do nosso jet-set empresarial aposentado.

Contudo este é um fenómeno que entronca noutro, mais largo e mais fundo, o filhodaputismo.

Este é um filho da puta de um país tremendo, onde abundam tremendos filhos da puta; reformados ou no activo.

.José da Silva Lopes é um deles, reformado e no activo. Mas não é um qualquer. É catedrático. Economista. Além disso ele é o decano. Tudo o que todos os filhos da puta querem ser um dia, Silva Lopes já foi: ministro das finanças (e do plano), ministro do comércio externo, governador do Banco de Portugal, consultor do FMI e do Banco Mundial e administrador de empresas publicóprivadas.
Depois de toda uma vida dedicada ao serviço público, com os resultados que se conhecem, José recebe e acumula sensatas pensões (do Montepio Geral, por exemplo, do qual foi presidente do conselho de administração durante 4-quatro-4 anos, recebe uma pensão de 4 mil euros, por mês).

.Mas, depois de apregoar o congelamento dos salários e de aplaudir, com as mãos ambas, o saque de 50% do subsídio de Natal aos portugueses, ele também se preocupa com a justiça social: reclama que as pensões superiores a 5 mil euros por mês deviam pagar um imposto extraordinário de dez por cento. Nem mais.

Digam lá se isto não é tremendo.
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São estas coisas que fazem com que o homem seja simultaneamente invejado e respeitado por todos os outros filhos da puta que partilham os mesmos valores.

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1 comentário:

cid simoes disse...

Tamanha dedicação ao serviço público e só tem uma reforma de 4 mil euros? Que injustiça! Por estas e por outras é que já nos consideram LIXO.