Umberto Eco diz que é natural, a humanidade sempre o fez e, como sempre, cita os clássicos para o comprovar. Segundo este filósofo, fazer listas, enumerar coisas díspares, faz “sentir a vertigem do infinito”. Enfim, é uma espécie de coleccionismo.
Há mesmo quem colija disparates.
Nuno Gomes Lopes fez uma lista dos melhores títulos da imprensa portuguesa no ano de 2009.
E estão “a concurso”.
- “ALEGADO HOMICIDA, ‘RUÍDO’ PELOS CIÚMES”
- “BRAGA: ESFAQUEAMENTO MORTAL ADIADO PARA 13 NOVEMBRO
- “PASTOR ATACADO POR UM JAVALI HOSPITALIZADO”
- “MORREU INTOXICADO POR FOGAREIRO A JOGAR PLAYSTATION”
- “SEXO NA CADEIA ENTRE MULHER E HOMICIDA DE MARIDO LEVA GUARDAS A TRIBUNAL”
- “HOMEM MORTO PELO PINHEIRO QUE CORTAVA”
- “DEFEITO NOS TESTÍCULOS PODE TIRAR TÍTULO A CAVALO”
- “SINO TOCA TÃO ALTO QUE ATÉ VIOLA A LEI”
- “RATO QUE CHUMBA NORTE VIABILIZA SUL”
- “BEBÉ EM OURIVESARIA ASSALTADA COM TIROS”
- “CASAS A CAIR POR 35 MIL EUROS EM ALDEIA SALVA POR FESTIVAL”
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Se quiser votar no melhor, é aqui.
Há coisas deprimentes com um indiscutível je ne sais quoi perverso e divertido.
Há coisas deprimentes com um indiscutível je ne sais quoi perverso e divertido.
Deve ser isso a “vertigem do infinito”.
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O desenho não é inédito. Foi publicado no jornal "A linha do Oeste", por volta de 1997.
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