Claro que para além disto e da bela pérgola de Raul Lino com a sua vetusta e soberba glicínia, da paisagem deslumbrante que se avista do mirante Emygdio da Silva, de uma delicada exposição de pintura, nos Paços do Concelho, também me deparei com horrores e perplexidades.
Como por exemplo, na reabilitação urbana da cidade, pequena, de ambiente bucólico e com uma história vetusta de construção em pedra e madeira, o uso maciço e abusivo do cimento, da pedra “reconstituída” e do aço inox. Duvidoso e deplorável. O triste equívoco entre reconstrução e restauro (exemplo conhecido: o Paço de Tavarede) exibe um país no qual a construção não tem lugar para construtores, apenas para pedreiros e empreiteiros. De engenheiros estamos conversados.
Mas, já no regresso e após visitar, em Gavinhos, os seus moinhos e de outra vez desafiar o fôlego com outra visão soberba de campos, pequenos povoados e de serras diluídas na neblina do horizonte, aguardavam-me verdadeiros horrores, no Lorvão.
Em breve contar-vos-ei.
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1 comentário:
Não vale Fernando, isso era um segredo -)) mas já que descobriste, é dessa necessidade de reeducar o olhar, de conhecer-mos o que existe junto da porta na vez de ir em busca de lugares exóticos...que só o são porque os não conhecemos...ora lugares exóticos até junto da porta descobrimos. Existem, os moinhos, porque o Vitorino Nemésio resolveu virar Quixote, e prestigio para o conseguir, e protege-los! Embora junto a um dos conjuntos de moinhos tenham lá colocado um mono com um figura qualquer que devia ter sido proíbida, mas enfim religião é religião. E já falam para as serranias envolventes de Penacova na colocação de torres eólicas...o que não deixa de ser uma forma de estragar o horizonte.
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