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Este quadro faz parte de uma série de naturezas-mortas com máscaras que fiz por esta altura (2000). A Michael Barrett, este quadro sempre lhe pareceu ”esquisito”. O Michael tinha instalado atelier numa sala do 1º andar de um prédio da rua Maestro David de Sousa, na Figueira, e de vez em quando visitava-nos, a mim e ao Filinto Viana, que ocupávamos as duas salas do andar de cima.
De cada vez que revejo este quadro, lembro-me da estranheza do mestre que com aquela sua voz grave e delicada, ligeiramente nasalada, me dizia: - "Este quadro está bom… mas é esquisito, não é?" Nunca percebi muito bem a que se referia Michael. Nem nunca sequer ousei confrontá-lo. Agora já não posso. Mas o que é um facto é que a memória que me ficou deste quadro é a de uma estranheza nunca esclarecida e uma incomodada perplexidade.
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1 comentário:
O mais próximo que posso pensar/imaginar da execução do acto de pintar de um pintor é como andar-se com um poema na cabeça....o dia inteiro, ou às vezes dias inteiros. Coisas que nos acontecem.
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