(ou retrato de Vitorino do Carmo Pais Carvalho aos vinte dias de Abril de 1990)
(acrílico e óleo s/contraplacado)
(acrílico e óleo s/contraplacado)
Não sou um retratista. Terei feito, ao longo de mais de vinte anos de percurso, pouco mais que meia dúzia de retratos. No entanto, deste, em particular, muita gente me fala ainda hoje. Talvez, também, um pouco desta notoriedade se deva à notoriedade do “modelo”. Trata-se de um vagabundo, meio demente, um pobre sem-abrigo, inofensivo, muito conhecido na Figueira da Foz dos anos oitenta-noventa por uma relação privilegiada com as aves, sobretudo patos, que o seguiam pela cidade…
Esta pintura foi executada a partir de uma fotografia que me foi cedida, na altura, pelo fotógrafo Jorge Dias.
Recordo-me que, tendo a pintura já esboçada, estava eu às voltas com a cabeça, recebi a visita do meu amigo Paulo Diogo, também pintor, que me disse, mal entrou: “Não mexas mais, está perfeito… parece um rei!”. E assim ficou, a la prima.
O quadro ainda esteve numa exposição em Lisboa para a qual foi seleccionado no âmbito dum concurso que comemorava os 155 anos da Companhia de Seguros Fidelidade. Depois disso, foi exposto numa Colectiva, no Casino da Figueira, onde o vendi.
Em 1998, sob autorização do seu proprietário, imprimi uma edição de serigrafias, numa tiragem de 162 múltiplos do original. Ainda possuo alguns exemplares.
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2 comentários:
E o Vitorino era um rei...um rei à sua maneira. Bem visto!
Lembro-me bem do Vitorino e dos grandes sustos que às vezes causava.
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