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Os tempos que vivemos são os do triunfo, em toda a linha, do jornalismo de merda. Todos os meios de comunicação se disputam, até à abjecção, por servir uma informação acanalhada, truncada, parcial, simplificada, peneirada, paternalista, adocicada e sentimental. Sem escrúpulos nem pudor.
O objectivo, não confessado, mas professado, é rebaixá-la o mais
possível ao nível mínimo de mediocridade que eles julgam palatável ao
seu público alvo. Para tal, o complexo simplifica-se até ao esquemático;
o óbvio discute-se até ao ridículo; estimula-se a irrelevância até ao absurdo e desdenha-se a notoriedade até à humilhação; o belo, avacalha-se; o decente, emporcalha-se; o
digno torna-se equívoco; o justo torna-se suspeito; a ciência,
descredibiliza-se; a arte, anedotiza-se; o gosto não se discute; tudo se imbeciliza
integrado na mesma narrativa: a narrativa do “sempre foi assim e não pode
ser de outra maneira” que, xaroposa e bafienta, apela ao tédio e ao torpor,
ao velho conformismo do gado que vegeta.
Nuno Rogeiro é um dos reputados especialistas
que, na SIC, mais compenetradamente se empenham nesta esmerada catequese. A SIC
é, diga-se também, a estação que mais se esmera na contratação dos seus especialistas
neste género jornalístico. Escolhe-os sempre plo pedigri académico,
profissional e até pessoal (Rogeiro, por exemplo, para além de ter sido feito
comendador da Ordem do Infante D. Henrique e de ter sido director-adjunto do
semanário “O Diabo” até 1994, foi monitor de ciência política na hoje
afamadíssima Faculdade de Direito da Universidade de Lisboa. Nuno também é o
filho varão de Clemente Rogeiro, que foi presidente da Emissora Nacional, Director-Geral
de Informação e último ministro da Saúde do regime deposto em 1974).
Assim, Rogeiro, o Nuno, compõe com José Milhazes (sobre
quem também já me debrucei aqui) um tandem, ou parelha, de verdadeiros
pontas-de-lança do jornalismo-de-merda. Implacáveis e imarcescíveis (como
o bode do Mário-Henrique Leiria).
5 comentários:
Um texto com a qualidade da excelente imagem.Não é fácil caracterizar um biltre.
Já tá no meu espaço...
Fenomenal o desenho.
Sobre o texto, estou fora do assunto.
Realmente!! Sinal dos tempos? A internet deixou boa parte dos jornalistas um tanto preguiçosos. Um tal de copia e cola, principalmente os portais que massificam a mente do eleitor. Vou ficar na cola do Rogeiro!! :)
Beijus,
Meu caro Fernando não poderia ser melhor caracterizado este espécime do comentário.
Já alguém me perguntou uma vez "qual será a formação acadêmica deste Sr"
Está explicado
Um abraço
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