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sábado, 16 de janeiro de 2016

O fenómeno anti-corrupção


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Paulo Morais é oriundo do universo do pêpêdê, do qual se desarriscou há apenas dois anos. Todavia há pelo menos quinze que Paulo Morais trava uma luta inflexível contra a corrupção em Portugal.
Paulo diz tudo o que lhe apetece e o que não lembra ao diabo. Acusa tudo e todos, de tudo e de mais alguma coisa. A sua estratégia é a da merda no ventilador.
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É assim: primeiro faz, diga-se, um rigoroso, certeiro e muito perspicaz diagnóstico do que está errado: critica as leis, quem as faz (sempre sem nomear os sujeitos), o processo como são feitas (é algo parecido com o das salsichas ou o da mortadela, reconheça-se), quem as aplica e até o seu não cumprimento. Depois, liga o ventilador. Acusa todo-o-mundo e ninguém.
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Quase tudo o que ele diz (“os políticos são todos iguais” e tal) é mozart para um taxista de lineu  - é baile na barbearia, música mesmo muito popular, - e no entanto, inexplicavelmente, Paulo não despenca nas sondagens. E entre outras muitas coisas diz que, se for eleito, vai - segurem-se – “obrigar o parlamento a legislar contra a corrupção”. Assim mesmo.
- E mesmo assim, apesar de ter coluna fixa no Correio da Manhã e tudo, o seu nome continua um dos menos citados nas preferências do seu público alvo, o povão mais justiceiro, o leitorado do Correio da Manhã..
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Há, contudo, ainda mais dois factos no fenómeno Paulo Morais que me enchem de perplexidade:
- nunca as suas denúncias deram origem a qualquer abertura de inquérito pelo Ministério Público;
- também nunca foi condenado em nenhum dos inúmeros processos por difamação de que foi alvo.

Vá-se lá entender isto.
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1 comentário:

cid simoes disse...

“obrigar o parlamento a legislar contra a corrupção” genial!... Também podiam legislar contra os cretinos o que impediria que alguém propusesse legislar contra a corrupção.